Palavra de fácil leitura e, para muitos, difícil compreensão. Tudo começa quando você sente que algo lhe falta, e essa sensação de ausência persiste, até que você a preencha ou a substitua, o que ocorre, às vezes, sem que nos demos conta. Pode ser a ausência de uma pessoa, de um objeto, de um animal, de uma ocasião que antes era corriqueira ou que foi marcante, de férias, de bem estar, de bons fluidos, de uma publicação no blog, de você mesmo…por que não?
A vida está repleta de espaços vazios, que, por sua vez, contribuem para que a saudade exista, para que a dor no coração de saber que não volta mais continue ou para que haja clareza de que foi apenas um sonho muito bem sonhado mas não realizado. Algumas pessoas se zangam com a ausência e não reconhecem que ela somente nos mostra como nos relacionamos com as pessoas e os objetos a nossa volta, geralmente ela não é a culpada, e sim nós, que a criamos, que a deixamos existir e persistir e, principalmente, que a sentimos.
É difícil conviver com a ausência de algo querido e importante. Na verdade, o que acabo de dizer pode ser considerado uma redundância, afinal, só se sente falta daquilo que foi realmente marcante, que foi bom, porque se não foi bom o sentimento não é a ausência, é a lembrança de algo ruim, que, acredito, ou deve ser apagada da memória ou deve ser usada como um aprendizado para nossas próximas experiências. Acredito também que a ausência seja mais sofrível quando temos ciência de que o tal vazio nunca mais será preenchido, por exemplo o período denominado luto, esse momento é muito importante, pois é nele que as reflexões ocorrem, que decisões são tomadas, que nos tornamos mais humanos, ou, caso contrário, que deixamos de acreditar na vida, que enchemos nossa cabeça de dúvidas e podemos nos “perder” perante o sofrimento, mas, como diriam os mais velhos, “a única certeza que temos é a de que um dia iremos morrer”. A ausência nem sempre consegue ser suportada e, assim, alguns fazem do sofrimento uma companhia ao vazio da ausência – já existente.
Por mais difícil que seja, a ausência deve ser encarada de coração e mente abertos. Não se pode ficar “chorando sobre o leite derramado” a vida inteira ou sofrendo demasiadamente, muito menos se desfazer de toda a dor e de si mesmo. Ninguém em sã consciência (quando digo isso entende-se que sejam pessoas adultas, ou melhor, maduras o bastante) só vive se outra pessoa viver, só tem vida se outra pessoa estiver ao seu lado, esse tipo de pensamento chama-se falta de amor próprio. A baixa auto-estima leva às pessoas a perderem a noção do que realmente importa em suas vidas e do quanto são fortes, do quanto suas atitudes, suas reações, sua força de vontade são importantes para superar qualquer que seja o sofrimento, como também a dor de alguém ou algo ausente. E, não adiantam dizer “fácil falar, difícil fazer”, porque, no fundo, essa é a verdade, não sabemos lidar nem mesmo com nossa força, não sabemos do que somos capazes, não experimentamos mudar aquele pensamento velho, aquela atitude ultrapassada, digo isso por experiência própria e, em sua maioria, as pessoas tem aversão às mudanças. Como seria bom se soubéssemos aproveitar nossos sentimentos, se soubéssemos, por exemplo, converter a dor da ausência e a sensação de espaço vazio em força de vontade, em ação e realização, em apenas lembranças boas guardadas com carinho naquele lugar especial do coração…
Obs.: Ausência, essa é a melhor palavra para me definir em relação ao blog nesses últimos meses…mas, os que me acompanham sabem que é por motivo de força maior, estudos, meus caros, estudos e mais nada! Quem me dera um dia tivesse mais do que 24 horas…se bem que, pensando melhor, talvez, ainda assim, não seria o suficiente! Ah, nós, seres humanos sempre insaciáveis – o que nem sempre é ruim, diga-se de passagem!
E, agora, a trilha sonora do post, como geralmente o faço…deliciem-se com essa música…
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