quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Anem, ENEM: a crítica não abala a esperança de um futuro melhor

Estava organizando meus pensamentos para saber ao certo o que escrever, o que pontuar e, principalmente, como criticar. No início tentei me desvencilhar desse assunto que me tormenta e traz más lembranças, entretanto, tornou-se indispensável falar sobre ele, o célebre ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). (Detalhe: estou revoltada, portanto, texto com alta carga de ironia, humor negro, criticidade e falta de paciência.)

Nos dias 06 e 07 de novembro de 2010 foram realizadas 4 provas, cada uma contendo – ao menos era pra ser assim – 45 questões. Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, mais a prova de Redação. O Brasil inteiro ficou alerta nos dias em que muitos estudantes estavam decidindo suas vidas. O futuro dessas vidas e, de certa forma, da nação, em evidência nas provas a se realizar. É lamentável apenas que um dos que mais deveriam estar interessados na qualidade das mãos-de-obra que serão formadas, tenha tido desatenções ao longo do planejamento dessa prova gigantesca, o governo e os que fazem acontecer essa “idéia”.

Era de se esperar que tudo fosse transcorrer às mil maravilhas, uma vez que em 2009 o modelo usado foi o mesmo e, geralmente, os erros cometidos no passado servem para que sejam corrigidos no futuro e não voltem a ocorrer. Mas, no Brasil em que vivemos e desde que o conhecemos, sabemos que as coisas não funcionam como deveriam. Eu e alguns amigos fizemos o ENEM em 2009 e em 2010 e a conclusão da maioria é que realmente o Brasil ainda tem muito a melhorar, e também vale lembrar que para muitos, o de 2009 foi mais positivo que de 2010, mesmo com o fato do roubo das provas. Por quê? Talvez seja porque em 2009 não vimos de modo tão descarado a má realização das provas e o mau treinamento dos fiscais como nesse último ano. Ou, então, pelo fato de estarmos mais preparados, alertas e experientes no quesito realização de vestibulares Brasil afora.

E daí se concorrentes usaram relógios? Quem se importa com o uso de lápis e borracha permitido a alguns e a outros não? O que tem alguém usar o celular dentro da sala, conversar normalmente e o fiscal apenas pedir para que desligasse e guardasse? Qual o problema de os fiscais não passarem informações corretas, não seguirem o edital e muito menos dar apoio aos estudantes? O que há de errado em vazar conteúdo das provas, tema de redação? Para quê levar identidade, para quê ser identificado se alguns fizeram sem ela? Não é verdade que a prova de matemática não precisa de rascunho e a de humanas sim? De que adianta provas bem feitas, com datas corretas, se não interfere na resposta, se os alunos errarão ou acertarão do mesmo jeito? Afinal, para quê edital se não precisa necessariamente ser seguido? Por que se preocupar com tudo isso? Assim foi a realização do ENEM 2010. Essa foi a importância dada, aos fatos e relatos de desigualdade, pelo alto escalão do governo, através do MEC, INEP e Ministério da Educação: nada de errado, tudo normal, nada que modificar, a educação “melhorou muito”, estamos de parabéns – pois eu digo: parabéns sim, pela incompetência! Com toda a certeza, eles desconhecem que são os erros de aplicação os que mais causam transtornos, alguns podem até serem considerados erros "pequenos", mas se somados tornam-se grandes "inimigos" de quem está tentando fazer uma boa prova em busca de uma vaga numa universidade federal para um dos cursos mais concorridos. Sem contar que erros acabam com a confiança na prova, abaixa mais ainda o nível da mesma, humilham o intelecto dos estudantes que se preparam para àquele momento, praticamente jogam no lixo anos de esforço e estudo, com direito a “sangue, suor e lágrimas”.

Para completar, diante de tais ocorrências, totalmente verídicas, ainda teve quem defendesse e dissesse que tudo não passava de “tempestade em copo d’água”. Vou ser sincera, fiquei puta de raiva dessa gente de pensamento pequeno, hipócritas e medíocres. Falam isso porque não tiveram que passar por tudo que nós, estudantes, passamos, porque não tem o seu futuro “em risco”, em “zona de perigo” por falta de atitude, por falta de competência de quem comanda essa prova, porque não tem o futuro nas mãos de poucos que nem se importam com você e muito menos sabem da sua existência e de tudo o que você passa até chegar esse momento e durante esse momento.

Vale ressaltar o modo de correção das provas, o método TRI, que segundo Fernando Haddad coloca todos em situação de igualdade, que evita os chutes e etc. Então, caro Haddad, por favor, me explique como alguém que erra somente 6 das 45 questões na prova de Linguagens tira uma nota absurdamente baixa, de 700 e poucos, e, ao contrário, quem erra mais tira uma nota maior que essa? Sem que nenhum dos 2 comparados chutasse a prova, e ambos, de certa forma, possuem o mesmo nível de conhecimento? Queria saber se quem fecha a prova tira menos de 1000, tem como? Tem muita gente que tem condições de fechar uma prova, e não é porque simplesmente chuta, até mesmo porque, não tem como depender de chutes para tirar boas notas e nem todo chute é certeiro, é somente por conta do conhecimento, adquirido com vários anos de estudo, que vocês, meus caros, não levam em consideração e desmerecem. Aí, nos aparece o caso da realização de novas provas. Lógico que ninguém queria arcar com as conseqüências desses erros, então “o TRI é um método de total igualdade”, mesmo que as provas sejam diferentes, que os enunciados sejam diferentes e o conteúdo seja diferente. Vem cá, me expliquem a diferença entre igualdade e equivalência, pode ser? 1+2 é uma coisa, 2+1 é outra totalmente diferente, cada um pensa de um jeito, para um, o primeiro modo pode ser mais fácil, para outro o segundo é mais fácil, e quem tem o direito de querer modificar isso – o fato de que cada cérebro enxerga as coisas de um jeito? Esse método não leva em conta que o que a maioria pode considerar fácil e acertar eu posso considerar difícil e errar, e assim, por essa questão, vou ter minha nota diminuída, mesmo que eu acerte o mesmo tanto no total bruto que outro candidato que acertou essa questão considerada “fácil”? O cérebro é único, exclusivo de cada um, sendo que cada um pensa de um jeito, tem um raciocínio, tem facilidade com aquilo e dificuldade com aquilo outro. Mas, lógico, governo é governo, Lula é Lula, no ápice de sua aceitação popular, no auge do seu governo, em fim de mandato, considerado um “ídolo” da história brasileira com direito a filme – que segundo eles nada tem a ver com política, “aham Cláudia, senta lá”, e Fernando Haddad é um ótimo Ministro, por dentro dos assuntos, educador, sábio, que toma ótimas decisões e melhorou demasiadamente nossa educação, tanto que continua lá, no Ministério, não é mesmo? Quem sou eu para criticá-los? De certo sou um simples alguém da oposição, alguém que luta contra o nosso desenvolvimento, ou melhor, uma conspiradora, que não merece a mínima atenção. Faça-me o favor né gente! Vamos acordar aê, porque se continuar assim fica difícil ter um futuro nesse país. Depois ainda ficam se perguntando por que os brasileiros do mais alto nível saem do país, por que fazem sucesso, tornam-se profissionais respeitados lá fora, comandam pesquisas importantíssimas enquanto aqui ninguém nunca ouviu falar, com uma população totalmente desinteressada em política, ciência, educação, apenas querendo comprar, comprar, comprar, ganhar, ganhar, ganhar e “subir na vida”. Meu Deus! Que país é esse? Como vamos melhorar se não tivermos educação de qualidade, como se “sobe na vida” sem saber ler, escrever e interpretar? Passem-me a receita que se for assim eu estou precisando urgente. Alguma coisa pode até ter melhorado, mas por enquanto, só sei de melhorias no salário de vocês, caros governantes.

Quanto aos que realizaram a “segunda prova”, nada a comentar, o que tinha para dizer acho que todos já compreenderam: uma total injustiça. Aí entra o detalhe dos presos e tal, e por que esses tais presos não podem realizar as provas nos mesmos dias que nós, reles mortais? Sinceramente, não vejo nenhum pingo de igualdade nessas provas, não é um segundo vestibular, é o mesmo vestibular, são os mesmos que concorrem com os que fizeram as provas nos dias 06 e 07. É claro que eles mereciam uma segunda prova, mas não é justo que só eles a recebessem. Ao meu ver, deveriam ter aberto para qualquer um que se sentisse prejudicado, automaticamente cancelando as primeiras provas. Desse modo, ninguém poderia reclamar posteriormente e haveria igualdade enquanto todos tiveram a chance de escolher entre refazer ou não.

De acordo com as correções que muitos andam reclamando, tenho a reclamar somente do método TRI, “só” isso, nada mais. Quanto às redações zeradas e etc., não vejo nada de mais, se o candidato não fez o que tinha que ser feito, não seguiu a risca as recomendações, não estava preparado, é certo que seja zerada, ao menos nesse quesito o edital foi seguido. Ah! Claro, a correção é feita por humanos normais, com a exceção de que tem conhecimento, sabem o que estão fazendo e as conseqüências dos seus atos.

Será que eu estou esquecendo de relatar mais alguma coisa? Há, sim, o SISU. Disseram que esse ano o site suportaria as milhares de entradas, sei disso porque participei do “bate-papo UOL” com uma repórter e um porta-voz. Até onde eu saiba passou longe, devido a minha desmotivação só fui tentar ontem de manhã por grande insistência dos meus pais – reconheço - e além de demorar um século para que abrisse a página consegui fazer só uma inscrição, a segunda ficou pra depois, nem sei se vai ter depois, mas ficou, por conta dos erros do site e da minha falta de paciência com tudo isso – concordemos, ninguém merece agüentar, não sou fantoche deles para que eles façam o que bem entendem. E os que estão isolados, prejudicados por motivos de força da natureza, vão ficar em desvantagem? Acho que agora o que eles estão pensando menos é sobre o SISU, perante aquela devastação, falta de água potável, comida, roupas, moradias. Mas o negócio é o seguinte, depois que passarem as 3 etapas do SISU eles não podem ter direito exclusivo de nova seleção, teria que haver mais uma etapa nacional até que a situação naqueles locais melhorem, para que ninguém saia prejudicado nessa história, nem eles, nem nós, saibam disso.

Acho absolutamente certo que entrem com processos contra o governo. Até mesmo passou pelas mentes aqui de casa essa possibilidade. Já passou da hora de alguém transformar essa realidade, acordar, se atentar e consertar o que tem de errado. Dilma está começando bem, colocando o povo para trabalhar, tirando um pouco das mordomias dos Srs. Ministros - sem levar em consideração alguns pontos negativos. Só espero que continue assim, que ela saiba o que fazer e olhe mais pela educação defasada que enfrentamos diariamente no Brasil. Como já disse, nós somos pessoas, gente, humanos, estudantes, que deram duro para conseguir realizar uma boa prova. No entanto, no “grande dia” dá tudo errado, sem termos culpa “no cartório”, mas nós pagamos o “pato”. Isso não está certo. Nós estamos, sim, submetidos ao governo, ao que eles aprontarem, fazerem ou deixarem de fazerem, só que não devemos, de forma alguma, agüentar calados, quietos, apenas assentir com a cabeça e ponto final. A vida não funciona assim, muito menos um país democrático, cujo lema é “Brasil, um país de todos”. Onde estão esses “todos” quando o Brasil precisa? Onde está a concretização desse lema? Onde está a “Ordem” e o “Progresso” na educação?

Resta-me saber apenas se depois de 2009 e 2010 ainda haverá ENEM no meio do ano. Será que vão ter competência para isso? Fica então mais uma dúvida, mais uma incerteza a martelar nas mentes dos jovens vestibulandos, que ainda tem esperança de melhoria da educação, melhoria do país que tanto amamos, fomos criados e vivemos. Esperança de um futuro melhor, que prioriza a educação, que dá importância à população, que leva em consideração os sonhos de cada jovem construtor desse país. Sei de uma coisa, a maioria dos brasileiros pode ter memória fraca, mas eu não, eu sei em quem votei, eu sei de quem cobrar, sei que a culpa não é só do governo, talvez seja mais da população apática, alienada, acomodada, egoísta e hipócrita, mas, de qualquer forma, não vou esquecer tão fácil assim desses acontecimentos determinantes para muitas vidas que estão apenas no seu início. Se eu pudesse, tivesse essa força, não deixaria que esses mesmos erros viessem nos acometer novamente, nenhum brasileiro merece passar por essa vergonha e humilhação.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Quando você vê seu castelo de areia desmoronar...

Ajudando a confusão total dos meus pensamentos se ordenarem – por enquanto apenas tentativa!

A difícil vivência do dia a dia está me sacrificando com acontecimentos ruins diários. Na última postagem delatei minha tristeza, com uma pontinha de tentativa de recuperação, com um pouco mais de alívio e compreensão. No entanto, aquele dia ainda me reservava notícias piores, o que tem a ver com o ENEM, mas não pretendo entrar em detalhes, pois já me chateei demais, desde o primeiro dia de provas (o que conto em detalhes mais tarde). Então, eis que desabo, literalmente, nada de compreensão, de alívio, mansidão, dessa vez até mesmo meu pai – que afirma não gostar de me deixar muito sozinha, porque segundo ele eu sofro mais – interveio. Foi um choro constante, contínuo, que parecia não ter fim, meio escondido entre os cabelos e as mãos, num canto de uma sala em que ninguém mais iria àquela hora da noite, visto que as mulheres da casa estavam assistindo ao penúltimo capítulo da novela Passione (a qual nem comento, pois essas novelas não merecem meu comentário, e sim, hoje acho que estou um “pouco” rebelde, se é que existe “meio” rebelde, rs), os homens estavam entretidos com futebol, comida e sei lá o quê mais e as crianças estavam procurando um jeito de se machucarem na rede (diga-se de passagem: mais uma vez) balançando desordenadamente, ou, de se sujarem depois do banho que as deixam parecendo gente outra vez, brincando de “homenzinhos” e outras invenções próprias da idade, já que da piscina já estavam cansadas e àquela hora da noite nem podiam mais. Dessa vez, consegui minha solidão até certo momento, ta certo, foi num péssimo dia, mas pelo menos essa “vitória” de alguns minutos eu consegui, rs. (Agora que eu reparei o quanto minha descrição ficou parecendo cena de filme, rsrs). Nesse dia chorei como se o mundo tivesse acabado para mim, como se a minha vida tivesse ganhado um ponto final, como se nada mais importasse, como se os meus sonhos tivessem que completamente permanecer no mundo das idéias, como se meu castelo de areia tivesse desmoronado. Não sou de xingar, acho horrível, feio, nojento, principalmente quando vejo meninas, ou mulheres, xingando, mas foi tão forte que eu o fiz. O ENEM simplesmente pôs fim no que restava de mim (já disse que eu sou dramática, mas, de certa forma, não deixa de ser verdade, as últimas esperanças sempre são últimas, e, sempre tem um fim, mesmo que não seja o que a gente espera). Sabe quando você já se sente no chão, e aí lembra: “do chão eu não passo”, mas recebe uma notícia, ouve uma frase inoportuna e percebe que isso cavou um buraco e lá você foi parar, mais no fundo ainda. Nessas horas você também se lembra dessa outra frase batida: “quando tudo está ruim, lembre-se, sempre pode piorar”, e confirma que é a mais simples e pura verdade. Tá bom, meu pai me acolheu, as frases ditas por ele foram as de sempre, o que já torna praticamente em vão, lógico, tem sempre um peso emocional no momento, só que depois passa (já virou rotina, rsrs). E fui dormir, fim. Fim? Nãããão...(Não, também não sou Adolph Klimber, mas aos poucos eu chego lá, kkk, credo! To longe daquele “sofrimento”, mas não me “abati” totalmente – gosto de evitar o verbo “abater”, já que ouço muito falar em abate de vaca, boi, porco nos frigoríficos, rsrs, não morri ainda, e foi o primeiro termo que veio a minha cabeça, como já disse, redijo tudo no ápice da vontade e conforme vou lembrando e pensando, por isso as coisas ficam meio confusas às vezes, como agora em que houve uma “fuga ao tema” enorme, rsrs). Na manhã seguinte, como se já não bastasse, chorei mais, e nada melhor para consolar do que uma música quando estamos fora do nosso território, do nosso campo de atuação, com muitas pessoas em volta (pessoas essas que se te vissem chorando, com toda a certeza do mundo, perguntariam o motivo, iriam espalhar aos outros, ficar preocupadas, etc, etc, etc, como ocorre em toda família, principalmente nas mais unidas, rs). E as primeiras a tocarem foram do Padre Fábio de Melo, preciso dizer o quanto mais chorei? As mensagens de “Não Foi Tua Culpa” e “O Caderno”, me fez refletir, refletir, refletir, e encharcar o travesseiro, mas, para variar, de nada adiantou, porque a dor e o sofrimento da realidade são maiores nos primeiros instantes, só depois de um tempo você vê que o que foi dito realmente é interessante e importante “levar para a vida” e fazer acontecer. Porém, também sabe o quanto é difícil tornar esses ensinamentos realidade na própria vida, do mesmo jeito que livros de autoajuda não ajudam quem não tem força de vontade. Ou seja, tudo na vida não passa de uma questão de força de vontade. Estou aprendendo isso.

Diante de tais relatos é claramente perceptível (não poderia passar sem falar mais uma frase clichê de redações, né?! rs) que tenho 99% de chances de voltar a uma sala de cursinho. Dessa vez, um cursinho diferente, já deu o que tinha que dar o local onde eu estudei desde um semestre do primeiro ano ao fim do terceiro e mais um ano de cursinho. Embora tenha vários motivos para lá permanecer, como o desconto da bolsa meritocrática que eu tenho, o nível da escola, a relação com os funcionários, professores e diretores, as relações de amizade, o querido e amável diretor Permínio, ainda prefiro mudar. Acredito que voltar para lá só se não houvesse alternativas, uma vez que também tenho outros tantos motivos para não permanecer, tais como enfrentar as mesmas aulas com os mesmos professores (alguns, inclusive, desde o primeiro ano), enfrentar a cara de pena de quem já te conhece e te vê no estabelecimento há 3 anos e meio pensando “ela aqui outra vez?!!”, enfrentar algumas pessoas da “MED 1A Sala 1” te olhando com olhar mortífero só porque você é concorrente, enfrentar essas mesmas pessoas dando a entender que são as melhores, a última Coca-Cola do deserto, a última bolacha do pacote, enfim, com todo sua prepotência e arrogância (estou ciente de que encontrarei pessoas desse mesmo jeito em outros locais e por toda a minha vida, mas pelo menos as caras mudariam, rs), enfrentar algumas desordenações, enfrentar aquele local, aquele espaço, aquelas salas que você freqüenta parece que já há uma eternidade, enfrentar as mesmas piadas sem graças do professores que nunca mudam o repertório. Infelizmente voltar para lá é ir de encontro à desmotivação.

Tem momentos na vida que exigem mudanças, esse é um que chegou para mim. Portanto, a partir de hoje, agora um pouco melhor e mais recuperada, estou passando por mudanças, interior e exteriormente falando. (Não, não pretendo fazer plásticas, mas sim voltar às corridas, talvez às danças e em última caso à academia – eu gosto bastante, mas anda tão caro, não tenho coragem de pagar em torno de R$150,00 para mais, para fazer 2 ou 3 dias de exercícios, sendo que tenho o ar livre com locais propícios para caminhadas, corridas e etc. rs). Agora sim, estou me libertando do ano de 2010. Mas sei que: “O pior dos castigos, para o qual só há pior no inferno, é a gente recordar. O passado te persegue como um cão perverso nos teus calcanhares. Não há dia claro, nem céu azul, nem esperança de futuro que resista aos assaltos das lembranças.” – isso nos dias ruins, e a partir de memórias ruins, caso contrário, tudo mil maravilhas! Também sei que de planejamentos no papel ninguém vive, por isso nem coloquei no papel propriamente dito. Eu sou a prova viva de que planejamentos tem tudo para dar errado. Deixei de fazer listinhas, com exceção das de livros e filmes para adquirir, e ler ou assistir depois que passar no vestibular ou quando tiver um tempinho sobrando - o que para mim é praticamente utopia, rs. Deixei de fazer planos a longo prazo, tais como o plano de passar no vestibular direto do terceiro ano, só não contava que iria escolher medicina, rs. Enfim, estou me sentindo pronta para enfrentar a vida novamente, com todos os seus indecifráveis desígnios perante a pequenez e fragilidade própria dos  humanos, inclusive a mim.

Mais um motivo para essa “virada” e maior força de vontade foi o Guia Veja da última edição, a 2200, intitulada: “Faculdade particular ou mais um ano de cursinho?” Confirmei o que já sabia: resta-me mais um ano de cursinho. E lembrei-me também de que não estou sozinha nessa, como na própria reportagem foi afirmado sobre o vestibular da FUVEST, no qual foram 122.177 os que realizaram a segunda fase, desconsiderando os treineiros, apenas 10.652 terão sua vaga garantida na tão sonhada USP, ou seja, 9 em cada 10 candidatos terão que fazer outra alternativa, incluindo a matrícula em outras instituições, abandonar o barco ou o cursinho. Só não estou de acordo com o coordenador de vestibular do Anglo de São Paulo, Alberto Francisco do Nascimento, de que “o ideal é começar a faculdade até os 25 anos”. Deus me livre! Imagina passar praticamente uma vida inteira no cursinho?!! Pensa só, nas minhas condições, desde os 17 no cursinho até os 25, seriam 8 anos, o curso de medicina dura 6 anos, mais uns 4 de especialização. Não, quero isso pra minha vida não. Sei que dependem das circunstâncias, que, geralmente, em outros estados, a maioria dos estudantes termina o ensino médio mais velho e que talvez não tenha aquela disputa para ver quem aprova mais alunos que saíram direto do terceiro ano como existe em Goiânia. Foi visível a diferença, pelo menos nos meus locais de prova, das competições entre as escolas no Sul do país. Em Goiânia – digo sempre Goiânia porque é o maior centro dos cursinhos, dos estudantes em Goiás – há uma enorme competição entre as escolas, entre os cursinhos. Há casos de professores demitidos porque começaram a lecionar em concorrentes, ou, escolas que simplesmente impõem aos professores que eles só abram específicas nos seus estabelecimentos. Fora daqui, não vi casos parecidos, até deve existir, mas desconheço. E quanto a isso, acho tudo um grande absurdo, e sem mais comentários!

Virei à folhinha do calendário, assim, que 2011 comece! Ele é muito bem vindo, pois espero que ele esteja trazendo ótimas realizações e conquistas para mim e todos vocês – olha só, meu lado otimista me surpreendendo, eu que geralmente sou tão pessimista, mesmo nas melhores circunstâncias! Também né, se com 2 anos de cursinho eu não conseguir, não sei se me agüento – confesso, iria dizer coisas piores aqui, mas capaz que vocês me “condenariam”, rs – mas, ainda estarei dentro do prazo do meu pai, de 3 anos de cursinho, e olha que ele já está me fazendo a “lavagem cerebral” para que preste em faculdades particulares, se não fosse a “pequena” mensalidade que gira de R$4000,00 a R$8000,00 – reitero, esse gasto SÓ em mensalidade – queria taaaaaaaanto ter ganho na mega-sena da virada, ou qualquer outra, só para vocês terem noção, que se eu fosse depender de chute nas provas estava ferrada, não acertei sequer um (1) número da mega, incrível, feitos que só eu consigo! kkk

Bom, termino por aqui, acho que já escrevi o bastante. De qualquer forma, apesar de uma leve intoxicação alimentar – a qual também já estou acostumada, visto que meu sistema digestório é fraco e, vez ou outra, tenho esses transtornos, e que meu sistema imunológico anda baixo devido ao alto nível de estresse e a vida pouco saudável que ando levando – e desses transtornos emocionais, sinto-me melhor, produzindo meus textos de autoajuda (para atingir a mim mesma, um pouco contraditório do usual, mas acho que estou certa, afinal, estou ajudando a mim mesma produzindo textos, enfim, não vou me aprofundar nessas dúvidas superficiais!). Como a Teca já disse, as letras me fazem companhia! De uma certeza eu tenho, estou beeeeeeeeeeem mais aliviada!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Música para resumir

 
Não Deixe De Sonhar
Chimarruts  

Se alguém te encontrar e perguntar por mim 
Pode dizer que eu vim pra falar o que ninguém mais fala e não quer acreditar 
Quando ouvir alguém dizer que já não sonha mais, é bom saber que é capaz de morrer 
Que não tem esperança que não faz nada nascer. 

Preste atenção, não abra mão dos proprios sonhos 
Não tem perdão,não deixe de sonhar 
Não deixe de sorrir, pois não vai encontrar quem vá sorrir por ti. 

Se alguém te encontrar e perguntar por mim 
Pode dizer que eu vim pra falar o que ninguém mais fala e não quer acreditar 
Quando ouvir alguém dizer que já não sonha mais é bom saber rapaz que é capaz de morrer 
Que não tem esperança e não quer fazer nascer. 

Preste atenção não abra mão dos próprios sonhos 
Não tem perdão,não deixe de sonhar 
Não deixe de sorrir pois não vai encontrar quem vá sorrir por ti. 

Acho que essa música - tocada sempre na minha "playlist" [agora chamam de playlist sua lista de músicas preferidas, ou que você mais ouve, fico me perguntando se falam assim só por ser "chique", ou só para mostrar que sabe uma palavra em inglês ou então pode ser que seja mais fácil e prático, mas poderiam muito bem falar "lista de músicas", estrangeirismos tomam conta mesmo, até tornarem-se populares e fim, é brega.] - do Chima é muito emocionante e sintetiza o que eu gostaria de dizer agora. Descobri que nos vestibulares da UFRGS anteriores só passaram os que acertaram mais de 20 questões, de um total de 25, em todas as matérias. Confesso, desanimei, e sim, também chorei. Ainda não corrigi minha prova, mas penso que a gente sabe quando "destruiu" e eu não consegui "destruir" e "fechar" a prova dessa vez, praticamente impossível que eu passe. O pior é compreender que você sacrificou dois anos inteiros da sua vida para simplesmente estudar e nada mais, só estudar, até ai tudo bem, eu estudei, acredito que dei o meu melhor, mas o problema é quando chegam os "grandes dias" e você vê que não foi suficiente, báh [gírias gauchescas, já que estou por aqui e a gente acaba se acostumando, principalmente quando se tem mãe e família gaúcha, rs] prestei 8 vestibulares até agora e, por enquanto, nada, nada de passar. Tá que eu passo "perto", e isso é uma das frases de consolo que me dizem, que "falta pouco", mas acontece que esse pouco tá me "matando", não é simples e fácil aceitar esse resultado. Por que sempre tem esse "pouco" para "emperrar" minha vida? Um ano de cursinho para nada, é isso? Essas "coisas" me perturbam, e o meu maior medo era esse, ficar no cursinho e não conseguir sair em menos de 1 ano e sofrer mais ainda. Com o passar do tempo, com o aumento do número de vestibulares que você presta só vai aumentando o nevorsismo, a pressão, mais a consciência perturba e você pensa: "eu tenho, eu preciso passar nesse vestibular" e o pior é que não ajuda nenhum um pouco, atrapalha, mas quem consegue controlar os pensamentos, os sentimentos? Por favor, quem souber entre contato comigo, urgente! rs É, realmente me entristeci hoje. Nenhum resultado positivo ainda, fico me perguntando até quando terei que esperar por esse momento, por esse dia? Até quando terei que esperar para ir festejar no Vaca Brava [um parque de Goiânia onde todos se reúnem em janeiro para festejar as vagas garantidas nas faculdades]?

É, para quem tá de fora pode pacerer que é pouco tempo, que eu ainda sou nova e tenho muito para viver, que a média para passar em uma Federal para Medicina é de 3 anos de cursinho e eu "só" tenho 1, etc, etc, etc, só esquecem de pensar nos meus sentimentos, no que se passa na minha cabeça, no meu esforço em vão, no que existe no meu interior e principalmente, na passagem do tempo para mim, visto que o tempo vai além da cronologia e ecoa muito mais na psicologia, que envolve cada um, de acordo com as expectativas das pessoas.

Além da certeza de que um dia irei morrer, também estou "aprendendo" a ter a certeza de que não vale a pena desistir de sonhar, que, simplesmente, não posso deixar de sonhar. Porém, posso lutar, enfrentar, viver, levar os fracassos e os erros como aprendizado para o futuro e apenas seguir adiante, como muitos fazem, conseguem e são retribuídos. Se vale a pena? Ainda não sei, só sei que continuo, apesar dos momentos de fraqueza e dor, a sonhar e a tentar concretizar os meus planos para fazer valer a pena, e, se no futuro, perceber que não consegui, que não foi do jeito que eu queria, continuarei tentando e se mesmo assim ainda não foi, mudo de rumo, de direção, de sentido, troco o norte pelo sul e o sul pelo norte, porque não era pra ser mesmo, porque minha sina não era essa e devia "carregar a cruz" - e que cruz! rsrs. Ou então, se "tudo der errado", viro hippie, kkkk [não que eu esteja desmerecendo essas pessoas, é apenas uma expressão, muito diferente do meu modo de vida e do que eu almejo].

Dica do dia: Além de ouvirem Chimarruts, nunca deixem de sonhar.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Desculpas, aceitam?

Consequência de uma pausa...

Minhas sinceras desculpas! Estou viajando há mais de uma semana e continuarei até domingo próximo, prestando vestibulares, óbvio, minha vida se resume a isso, mas, enfim, devido a falta de tempo não tenho postado e muito menos chegado perto de computadores. Então peço desculpas por isso, e principalmente por sequer ter avisado a quem passa por aqui.

Tenho taaaaaaaaaantas coisas pra falar, vocês nem queiram saber, ou querem? rsrs Tantos pensamentos me rondando, perturbando, acumulando, acho que não demora muito até que eu "exploda", viajar às vezes cansa também. Sem contar na falta que sinto dos meus escritos quase diários...ah! e lógico, das conversas diárias com meus amigos também, de presença constante na minha vida pacata de vestibulanda...

Ah! Só para constar, aviso que em breve mudarei meu perfil...agora já tenho 18 anos! Dia 08/01 foi meu aniversário, naão ia nem tocar nesse assunto, mas acho que merece uma mudança de perfil, e pra ver se começa melhor o ano também, embora eu nem acredite em superstições. Ah! e descobri uma coisa, tanto que eu acordei no meio da noite, umas 3h da madrugada pra escrever, estou sofrendo a crise dos 18, sim, ela existe, e como eu sou um tanto dramática meu caso é agudo! Só que tudo o que eu despejei nos papéis ainda não tive tempo para digitar, foram muitas folhas, acho que passei por momento de euforia e alta adrenalina mesmo no meio da noite. A verdade mesmo, é que há muito tempo eu não tenho boas noites de sono, acho que no fundo minha cabeça, minha mente nunca tira uma pausa, nunca descansa, e com o tempo fica difícil conviver com isso...há dias estou sofrendo do mal chamado "dor-de-cabeça", é triste - pra não dizer outras coisas! rsrs

Nossa....já escrevi demais! Ia só pedir desculpas e avisar da demora, maas, minha prolixidade e tagarelice não me deixam escrever....só de passagem....eu sofri no vestibular da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria - RS) eram no máximo 25 linhas, já no da UFRGS ( Universidade Federal do Rio Grande do Sul - RS) me deliciei com 50 linhas e um tema que retrato demasiado por aqui: valorização do professor! Só, que na verdade, nem gostaria de estar lembrando dessas redações, com meu nevorsismo excessivo, com a falta de tempo para fazer todas as provas, me atrapalhei como nunca tinha acontecido antes em qualquer outro vestibular e na primeira deixei a última frase de um parágrafo faltando uma palavra que era determinante para a compreensão como eu queria e na última esqueci de escrever o título, o que, de certa forma, vai me prejudicar bastante, embora eu tenho certeza de que minha redação em geral ficou muito boa. De qualquer forma minhas esperanças estão chegando ao fim jáá....infelizmente! :/ E estou realmente começando a acreditar que "tudo tem seu tempo", e que ainda não chegou minha vez....

Enfim...semana que vem volto a ativa, tenho muitas coisas a dizer ainda...meu psicológico anda muito abalado, vou ver se consigo colocar um pouco nos eixos certos! E descobri coisas novas também, sem contar nas minhas leituras infindáveis que eu amooo e tenho muitas coisas para comentar sobre elas! rs

Obrigada a todos pela compreensão!