quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Madrugada



Ela virou a rua. Aumentou o passo. Não adiantou, começou a correr. O salto estava incomodando, a saia estava muito apertada. Não conseguia ir mais depressa. A respiração já estava ofegante. Muito menos podia olhar para trás, mas sentia e, cada vez mais, ele se aproximava. E ao contrário dela, estava a passos lentos, calmo, tranqüilo, como se soubesse que no fim iria conseguir tudo o que queria de qualquer jeito.

Precisava encontrar uma solução. Não conseguia raciocinar, só pensava em correr, correr, se esconder, aonde? A rua estava escura. O asfalto estava repleto de buracos. Não dava para parar e tirar o salto. Deveria continuar assim. Os moradores já estavam dormindo, lógico, já era madrugada.

Por quê? Por quê? Era a pergunta que mais pairava sobre sua mente. Por que decidiu ir sozinha à noite? Por que ele estava atrás dela, justo dela? Por que não ouviu os conselhos da irmã? Para essa ela sabia a resposta, era simples, a irmã não aceitava a modernidade, o que tem demais em uma mulher ir sozinha ao cinema na última sessão do dia? A irmã tinha inveja dela, pois era uma mulher bem sucedida, independente em todos os sentidos e, principalmente, por não depender de homem algum, muito menos de um homem como o marido que ela tem em casa, prepotente, arrogante, rabugento, nojento e que ainda por cima fica de quatro pela irmã da mulher. Melhor continuar solteira, sozinha, nenhum homem nojento daquela cidadezinha merecia tê-la. Disso ela tinha certeza.

Continuou. Estava cansada. Corria. Ainda faltavam quatro quarteirões para chegar em casa. Não iria conseguir. Melhor seria desistir, esperar por ele. Não. Não poderia fazer isso com ela mesma. Tinha que terminar isso tudo lutando, nem que ela fosse a vítima, não poderia se entregar facilmente. Na verdade, ela nunca se entrega facilmente. Desde a infância sempre batalhava pelo o que queria e nunca desistia, era persistente, determinada e se orgulhava disso. Ao contrário das outras mulheres da cidade, ela não se casou, não constituiu família, mas se graduou, trabalhou fora e fazia o que bem entendesse, sem depender de mais ninguém.

Corria. Ele estava cada vez mais perto. Já sentia o cheiro do cigarro que ele acabara de acender. Horrível. Sempre evitou homens – e pessoas em geral - fumantes. Não conseguia se relacionar muito bem com eles, e o cheiro do cigarro lhe fazia mal, muito mal. Lembrou-se da vez em que namorou o carinha da farmácia, embora ele fosse um cara bonito, bem apresentável, estável financeiramente, nunca soube o real porquê de namorar ele, era infantil, bobão, um completo idiota, e ainda por cima, fumante. Acho que ela tinha atração pelos caras que menos a mereciam, só pode, ou então era a inveja que a mulherada da cidade sentia dela e faziam macumba, magia negra para que ela sempre se desse mal. Nunca namorou por muito tempo. Todos diziam que ela era linda, interessante, e tudo o mais, mas no fim, só queriam mesmo outras coisas dela. A viam como um objeto sexual. Sem contar os vários homens casados, que participavam do encontro de casais da igreja, freqüentavam festas, reuniões da alta sociedade, tinham belas mulheres e família em casa e mesmo assim iam atrás dela, quanto hipocrisia e falsidade. Ela, com certeza, os ignorava, não dava moral, e mesmo assim, sempre aparecia um. Entretanto, nunca aparecia um solteiro, livre, desempedido, bom partido, interessante, inteligente, estável, de caráter que se interessasse por ela ou que permanecesse numa relação estável. Não, ela sempre teve azar com relações amorosas. E ela nem era muito exigente, poderia relevar algum “defeito de fábrica”, poderia tentar se adaptar ao jeito do novo amor, na verdade, bastava amá-la, a única exigência era essa, queria pelo menos uma vez sentir-se amada. Mas não, para os homens não deveria existir amor entre eles e ela. Como sempre, a procuravam para obter o além. Para simplesmente satisfazer um desejo, o desejo de tê-la por uma noite, espalhar a toda a cidade e contar vantagem aos amigos, apenas um ato de perversão, pois a moral que lhes era imposta não deixavam que os desejos sexuais fossem atendidos em casa. Os casados então, queriam satisfazer os desejos que as mulheres em casa não proporcionavam, queriam loucuras, e confundiam a aparência com o interior, não acreditavam que ela era mulher para casar. Todos se enganavam, ela não era uma garota de programa. Só porque ela se veste diferente das outras, com roupas mais justas, mais curtas ou decotadas, só porque ela não vai à missa todos os domingos, só porque ela ingere bebida alcoólica, só porque usa maquiagem diariamente, só porque ela estudou, morou fora e teve amigos homens, não quer dizer que seja uma mulher fácil, pra qualquer um que apareça e muito menos mulher pra ser humilhada e apenas satisfazer os desejos ocultos dos homens mais abomináveis possíveis. Sentiu nojo. E sentir nojo fazia parte do cotidiano dela, devido aqueles olhares direcionados que a despiam, dissecavam e suspiravam de desejos.

 Agora ela ouvia passos mais rápidos atrás dela. Ela tentou correr mais, mas era em vão, o salto e a saia apertada não deixavam. Nenhuma casa tinha a luz acesa. Nem poderia tocar a campainha, até que aparecesse alguém, se aparecesse, ele já teria a alcançado. E no fundo, sabia que ninguém iria atendê-la, muito menos numa hora dessas. Naquela cidade desde a adolescência ela nunca fora bem aceita. Não frequentava a casa das amigas, se bem que, praticamente não tinha amigas. A hipocrisia, o atraso, o conservadorismo, a moralização e a repressão estavam encrustados nas mentes daquelas pessoas ignorantes e medíocres da cidade.

Faltavam dois quarteirões. Sentia-se cansada. Não sabia se agüentaria mais. Ele estava cada vez mais próximo, já podia sentir o perfume. Não olhava pra trás, apenas corria. Prendeu o cabelo, a sudorese estava insuportável. Continuou. Correu. Não agüentou mais. Olhou pra trás e se espantou com a figura que enxergou. Assustada, paralisou, não sabia mais o que fazer. Seu corpo não reagia a sua mente. Sabia que tinha que continuar a correr, mas nem o dedo mindinho da ponta do pé se movia. Ele a alcançou.

Os dois se olharam por um breve período. Ele ria ironicamente. Ela começou então a chorar. Ele se aproximava cada vez mais. Encostou as mãos sobre os ombros dela, foi subindo até o rosto, começou a acariciá-la. A essa altura ela já estava pedindo para que parasse, sem entender com clareza o que estava a acontecer. Mas ele persistiu.

Eram 6h da manhã. A cidade inteira estava em volta do corpo. Os seios a mostra. A saia rasgada. O salto quebrado. A maquiagem borrada. Todos assustados. No interior das mentes mais mundanas os homens diziam “que desperdício, mas é isso que dá ser fácil assim, só se fazia de difícil para mim, mais uns dias e eu a teria em minhas mãos” e as mulheres completavam “mulher fácil, garanto que estava no "ponto", nisso que dá ser errada, ir contra as regras, bem feito!”, "tá vendo, sabia que isso ia acontecer, nem à missa ia!". Entretanto, no fundo os homens sentiam-se impotentes por não ter conseguido tê-la, sentiam-se fracassados e não queriam deixar transparecer que foram incapazes de "conquistá-la". As mulheres sentiam inveja, analisavam o corpo da vítima detalhe por detalhe a fim de encontrar um defeito, pequeno que fosse, para aumentar o ego e satisfazer a vaidade. 

As pessoas rodeavam o Padre, fazendo perguntas e mais perguntas. Ele permanecia calado, tinha sido o primeiro a encontrá-la.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um Brasil sem brasileiros

Consequência de uma pausa...(vem aí um texto longo, acomode-se se desejar participar das minhas opiniões...)
Estava eu analisando o comportamento das pessoas diante do que ocorre em nosso "querido" país. O meio político infestado com um câncer em estágio avançado de corrupção, ignorância, prepotência, arrogância, abuso de autoridade e, por conseguinte, poder e individualismo. O que era público (leia-se de toda a população brasileira) torna-se  facilmente privado. O meio social está na mesma estrada que o político. Quem hoje em dia para para ajudar uma pessoa deficiente atravessar a rua, dedica um dia do seu trabalho para ajudar quem precisa do mesmo, proporciona alegria, paz, amor, transmite conhecimento e afeto? Mais alguém? Sim, esse é o país no qual estamos vivendo, repleto de pessoas que se dizem "cidadãos brasileiros", mas não sabem nem o que é ser cidadão, tem alguma lógica nisso?
Tá, pode dizer que eu sou nova, ainda não conheço nada da vida, não tenho experiência, etc, etc, etc, e ao falar isso dá mais uma prova de que a ignorância prevalece, de que você se acha na condição de ser pensante e superior aos outros. Posso não ter muita experiência de vida, mas a educação que os meus pais tiveram a chance de me proporcionar, os estudos, o conhecimento adquirido nesses 17 anos me possibilitam uma análise crítica do mundo que me cerca, das circunstâncias em que vivo o meu dia-a-dia e principalmente de sentir como brasileira, uma indignação acima do normal por ver "defeitos" na Nação Brasileira.
Acredito que o Brasil precisa urgente de pessoas que deixem de ser alienadas, apáticas, acomodadas. O nosso país necessita de verdadeiros cidadãos. Capazes de exercer seus deveres e receber seus direitos, dignamente. O que adianta apenas observar, permanecer do lado de fora, como se tudo o que se passa em Brasília, por exemplo, não nos atingisse, ou, como se nós não pudéssemos tomar uma atitude para mudar essa verdadeira história? O brasileiro deve compreender que o Brasil se faz por nós, os cidadãos. A história brasileira é construída todos os dias, e não podemos deixar que alguns que se acham os donos do país a escrevam por nós sozinhos e, principalmente, não podemos deixar que manchem essa história que pode ser tão bela aos nossos olhos e do resto do mundo.

Por falar em estrangeiros, já conversei com alguns, já ouvi histórias e sempre vejo o quanto eles nos admiram. Admiram o Brasil, as belezas aqui contidas e a população aqui residente. E às vezes eles parecem mais enobrecidos, mais encantados com nossa história do que nós mesmos. Na verdade, muitos chegam a conhecer muito mais o nosso país do que a maioria dos brasileiros. Existem diversos estudos nas universidades do exterior sobre o Brasil, inclusive, um dos maiores estudos sobre "Dom Casmurro" do Machado de Assis é de uma estrangeira. A história brasileira é ignorada em todos os sentidos. Fazem críticas, por exemplo, da atuação brasileira nas 2 grandes guerras mundiais, mas desconhecem a história vivida por esses cidadãos dignos de respeito que enfrentaram essa luta, desconhecem o fato de que o Brasil foi muito bem representado e elogiado por outros lá presentes, que eram soldados corajosos, bons médicos e enfermeiros, que ajudaram a salvar vidas e vencer batalhas. Desconhecem o fato de que o Brasil foi o único país de toda a América do Sul a participar diretamente das 2 Guerras Mundiais, e por isso, pela ignorância, fazem chacotas, o que eu, como brasileira, me sinto agredida, é simplesmente lastimável.
Brasil: Um país belo por natureza!
Missão Militar que foi enviada à Paris para articular a participação brasileira no esforço da guerra.


Enquanto os nossos representantes não estão fazendo seu trabalho direito, em desrespeito a população que o destinou àquela posição - inclusive eu, você, eleitores - a maioria apenas assiste a tudo, alheia, dá risada, faz piadas e ignora. Tenho certeza de que se você é empregado ou empregador, faz seu trabalho corretamente, da melhor maneira possível, para poder continuar no serviço e garantir seu emprego e sua vida estável, ou, seleciona muito bem os funcionários que irão fazer parte da sua empresa. Por que não cobrar o mesmo dos que nós escolhemos para nos representar? Por que não fazer as mesmas seleções ao escolher em quem votar?
O individualismo e a falta de atitude causam muito mais mal a nossa sociedade do que muitos são capazes de imaginar. Milhões que deveriam ser destinados à educação, à saúde, ao transporte, aos importantes subsídios, à infra-estrutura e às fontes de energia são desviados, vão parar em cuecas, meias, bolsas, malas, cofres particulares, contas bancárias no exterior ou aqui mesmo, às "obscuras", assim sendo, não vão para onde deveriam ir. E quem se importa? Quem protesta? Já se transformou em um ato banal e normal o fato de pessoas brasileiras roubarem os próprios brasileiros descaradamente. Pessoas ainda estão desempregadas, sofrem com a seca, com o excesso de chuva, passam fome, sede, morrem por falta de estrutura hospitalar ou maior atenção dos médicos e enfermeiros sobrecarregados, continuam a existir analfabetos (funcionais ou não), a consciência ambiental é mínima e o patriarcalismo, o conservadorismo e as oligarquias ainda se fazem presente. Como conviver com tudo isso e não se mobilizar para tentar modificar uma pequena coisa apenas? Pois saibam que são das menores atitudes que ocorrem as grandes mudanças.
A sociedade em si sente falta de brasileiros mais humanos. A caridade e a solidariedade são vistas por muitos como atitudes apenas obrigatórias, para serem bem vistas pela comunidade e adquirir um maior estatus social. Muitos se esquecem de que o carinho, o afeto, o amor, um sorriso, um prato de comida, uma amizade, um pouco de atenção e o conhecimento são mais importantes, geralmente, do que R$1,00 entregue no sinal. Desconhecem as inúmeras, e talves belas e tristes, histórias que envolvem cidadãos despejados, ignorados e humilhados na rua. Tem gente que acha o dinheiro poderoso, crê que o dinheiro vai trazer tudo o que precisa, e que o dinheiro é tudo para o outro também, e às vezes, não é disso que o outro, e nem o que assim vê a vida, precisa. O individualismo prevalece absoluto em meio a nós. Hoje em dia poucos conhecem os próprios vizinhos, não existe mais aquela estória de ir ali ao lado pegar uma xícara de açúcar emprestada, ou comprar fiado na mercearia da esquina, muito menos, reunir a vizinhança na calçada no findar do dia. (Nem mesmo em cidades interioranas essa cultura continua com tanta frequência como antes, por experiência própria!). E muitos ainda se perguntam: "Por que ajudar um desconhecido?" E eu respondo: porque ele também é humano, porque ele faz parte do mesmo mundo que você, porque ele é uma pessoa que precisa de alguém, que precisa de oportunidades, de chances, para poder melhorar, porque não custa doar um pedacinho de você e contribuir com a sociedade, porque o afeto, o conhecimento e tantos outros sentimentos e retribuições o dinheiro não compra, porque ser uma pessoa virtuosa é saudável e porque um dia você também precisará de ajuda!

Enfim, poderia discorrer horas, páginas e mais páginas sobre esse assunto por aqui, mas acho que consegui transmitir um pouquinho só, da minha indignação, da minha análise perturbadora a quem interessar, aos verdadeiros brasileiros que ainda restam ou àqueles brasileiros que andavam esquecidos, acomodados, mas que agora vão contribuir mais com a sociedade e serem os autores da própria história, da história do nosso país. O Brasil nessecita, mais do que nunca, de verdadeiros brasilerios, com alma e vida brasileira, com admiração pela nação e sua história, de cidadãos ativos, participantes, em busca de um país melhor cada vez mais.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Por que o homem tem que pagar a conta...

Nota de esclarecimento: Não sou autora do texto, só estou "repassando-o" para quem se interessar. Portanto, qualquer erro, ou palavreado chulo (como eu acho que tem exageradamente, rs), a culpa não é minha. No entanto, concordo com MUITA coisa aí escrita e achei um tanto divertido também. Espero que gostem!


 

Homens chamam mulheres para sair e não sabem o estresse que isso gera em nossas vidas. Saibam, rapazes, o que se passa nos bastidores...

Ele te chama para jantar. Você sorri: 'Claro, vamos sim'. Inferno na Terra. Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar no que fazer para estar impecável até lá; cancela até seus compromissos. Começa a odisséia...

Você pára de comer, claro. Tem que estar magra no dia do jantar e mulher sempre está gorda. Começa a dieta do queijo: ficar sem comer nada o dia inteiro e, quando sente que vai desmaiar, come uma fatia de queijo.

Fazer pé e mão. Homens perguntam: 'Por quê pé? Ela pode usar sapatos fechados?'. Lei de Murphy: Sempre dá merda... Um infeliz me levou num restaurante japonês. Tirei o sapato para sentar nos tatames. Tomei no c_ bonito! Mostrei meu esmalte semi-descascado... Tem que fazer pé e mão, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino. OBS.: Isso me emputece. Horas de academia e o cara tem tara na porra do pé...

Hidratação, escova, chapinha, tintura, retoque de raiz, etc. Aí tem a depilação: perna, axila, virilha, sobrancelha, etc. Puta que  pariu...lá se vai mais uma hora (DOLORIDA) do seu dia.

Chegou o grande dia! Cedo tem a passadinha na academia para malhar desumanamente até quase cuspir o pulmão.

O Zé Ruela não disse onde ia levar a gente.... Dilema: 'Será que estou bem vestida?...' Se te serve de consolo, ele não vai perceber.

Aliás, ele não vai perceber quase NADA. Você pode aparecer de Chanel ou enrolada em um pano qualquer. Eles não reparam em detalhes. Bom, pelo menos sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o porquê).

Depois de passar rímel, a babaca fica separando cílio por cílio com palito de dente pra ficar com um olhar mais bonito...

Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. Sério! Ontem o corpo estava lindo, e hoje... PORCA! Juro que acontece. Você compra uma roupa para um evento. Na loja fica linda, mas na hora de sair fica um c_.

Se for um desses dias em que seu corpo está um c_ e o espelho de sacanagem com sua cara, você acaba com uma pilha de roupas em cima da cama, chorando e gritando: 'EU NÃO TENHO ROOOOOUUUUUPAAAA'. Aí tem que refazer a maquiagem.

E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar, a calça perfura o pâncreas.

Lingerie feminina ou é bonita, ou é confortável. Você quer usar sua calcinha de algodão, surradinha e confortável, mas totalmente anti-tesônica... Pensa: 'Eu não vou dar para ele hoje mesmo, que se foooda'. 'Mas e se, mesmo sem dar para ele, eu subir uma escada e ele acabar vendo a minha calcinha...Broxará para todo o sempre comigo...'. Puta da vida, você tira sua calcinha amiga e coloca uma daquelas porras mínimas e rendadas, que vão ficar entrando na sua bunda a noite toda...

Você decide usar o sapato assassino. Lei de Murphy de novo... No meio da noite o animal solta um 'Sei que você adora dançar, vamos dançar! Ao dançar, você tenta fazer parecer que as lágrimas são de emoção.

Uma vez um sapato me machucou tanto, que fiz um bilhete e colei nele, para lembrar de nunca mais usar!. Pergunta masculina: Por quê você não deu o sapato????? Porra... custou caro pra cacete. Vou guardar. Eu sei, eu sei, materialista do caralho. Vou voltar como besouro de esterco na próxima encarnação e comer muito cocô para ver se evoluo espiritualmente! Mas por hora, o sapato fica!

Pronto! Você tá linda, apenas lutando mentalmente com o dilema 'Será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar... Começa a bater a ansiedade. Liga para a melhor amiga e diz que não quer mais ir, que sair com homens é muito estressante e que quer voltar tartaruga na próxima encarnação. Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta te acalmar.

Agora imaginem se depois de tudo isso, o filho da puta liga e cancela o encontro? 'Surgiu um imprevisto, podemos remarcar?'. Gente, eu fico PUTA com isso! Não, não podemos remarcar. Tá louco?! A essas alturas, a dieta radical do queijo já faz com que você enxergue tudo turvo..

Eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles, lindas desse jeito. Se fode aí, meu! Vem me buscar de maca, cadeira de rodas, no soro, mas NUNCA desmarque com uma mulher. Só em caso de morte de pai ou mãe por AVC no trânsito. Mas isso foi só um pesadelo paranóico. Ele liga e diz que está chegando. Você se perfuma, escova os dentes, entra no carro e ele sequer olha sua roupa. Não repara em NADA, nadinha... Acha que você é assim ao natural e só diz: 'Hummm, tá cheirosa'.

Pior é quando ele tira sua calça junto com a calcinha e nem vê. Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro) para nada...
Homens, uma calcinha de marca custa o mesmo que um MP4!! Favor tirar sem rasgar.

No meio da noite, já não sinto os dedos do pé, é o princípio de gangrena em função do sapato bico fino. Ele conta piadas e ri . Eu também estaria rindo se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando o colo do meu útero'.

Sinto meu estômago fagocitando meu fígado, mas só belisco a comida de leve, constrangida dele achar que eu como muito.

Para finalizar, veja quanto custa esse jantarzinho para nós, mulheres:

Roupa............... ......... .......... ......R$ 200,00
Lingerie.... ......... ......... ......... .....R$   80,00
Maquiagem... ......... ......... ......... .R$   50,00
Sapato...... .......... ......... .......... ....R$ 140,00
Depilação............. .......... ......... ....R$   50,00
Mão e pé........... .......... ......... .....R$    30,00
Perfume francês..... ...... .......... ......R$ 130,00 (se for o de 30 ml...)
Pílula anticoncepcional. .......... .......R$   20,00

JOGANDO O VALOR PARA BAIXO, gastamos uns R$ 700,00. Entendem porquê o homem TEM QUE PAGAR A CONTA?

Tem mais: Os homens que nunca dão o primeiro passo (ou seja, ainda não entenderam o que é SER HOMEM em nossa sociedade), perdem o interesse em nós quando tomamos a iniciativa. AGORA.... QUEM NESSE MUNDO ENTENDE OS HOMENS?

E antes de virem dizer que vocês também não nos entendem, segue logo a resposta:

'Mulheres existem para serem amadas, não para serem entendidas.' (Vinicius de Moraes).

Ô homenzinho sábio!! (sic)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A última vez

Foi com a esperança de que tudo iria dar certo. Seria rápido, fácil, simples, sem sofrimento. E essa seria a última vez que coisa de tal natureza aconteceria. Já estava certo disso e não mais mudaria de opinião. Dessa vez até mesmo havia um sentimento de alívio entremeio a sua decisão. Tantas vezes já planejara parar, mas era algo quase impossível. Aquele sabor, aquela pontinha de alegria sentida no final de tudo. Uma mistura de prazer e dor, aquela sensação de missão cumprida, sem falha alguma, o deixava até mesmo excitado e pronto pra outra. Não, não haveria outra vez, era a última.
Caminhava. Virou a rua dos prostíbulos, seguiu pela rua dos marginais, e ainda teria que enfrentar a rua dos miseráveis, rua da cracolândia e, por fim, a rua de sempre. Chegou. Ainda bem que tinha ido a pé, ninguém ouviria barulho do ronco do motor ao sair acelerado. Poderia muito bem sair acelerado com as próprias pernas, longas, já acostumadas a correr, dar passos ligeiros e silenciosamente se locomover. Ninguém desconfiaria, muito menos o veria por aquelas bandas.
Entrou. Ouvia gritos, lamúrias, choros, rezas, brigas, pancadas, rock, samba, barulho quase insuportável de crianças correndo. Via sangue também, já estava seco e, pelo jeito, era de dias atrás. Mas já estava acostumado, nem se importava. O que agora estava em questão era ele mesmo, o próprio, e suas atitudes. Atitudes de fracassados, decadentes, miseráveis, indolentes, solitários, com sérios problemas psicológicos. Sabia muito bem disso tudo, mas e daí? Era o único que sabia mesmo.
Encaminhou-se para o quartinho do fundo, o esquecido, nas sombras, o sombrio, o isolado de tudo e todos. Na verdade, o quartinho de sempre. Poucos eram os que se atreviam a chegar perto, viam as marcas, sentiam o cheiro, ouviam e, principalmente, imaginavam.
Adentrou-se ao recinto. Respirou fundo. Tirou o casaco preto, obscuro. Deu uma volta. Parou. Pensou. Pensou. Pensou. Pensou. Pensou. Inspirou demorada e profundamente. Pensou. Decidiu-se. A última teria sido ontem. Hoje não faria o mesmo. Estava disposto a mudar sua postura, definitivamente.
E se foi. Imperceptível voltou pelo mesmo trajeto que o levou até lá.

domingo, 10 de outubro de 2010

Aos prepotentes e arrogantes...

...minha abominação e indignação!
Quanto custa ser humilde? Deve ser muito caro para muitas pessoas, principalmente para essas que ficam se colocando em posições superiores diante dos demais. Humilham, pisoteiam e ainda dão risadinhas irônicas.
Um dos maiores conselhos e ensinamentos que podemos carregar conosco é sempre sermos virtuosos, tudo em equilibrio funciona bem. E a humildade se encaixa perfeitamente nesse quadro de qualidades e defeitos.
Com certeza você já se deparou em situações constrangedoras, nas quais alguém disse ser muito bom nisso ou naquilo outro, que é o melhor, que sabe e tem absoluta certeza de tudo. Nessas horas bate aquela vontade de perguntar: "e eu com isso?", ou "então o que você tá fazendo aqui?", e ainda "você deve ser uma pessoa muito feliz, completa, perfeita, já deve ter alcançado o sucesso e o ápice da sua vida, não é mesmo?". Duvido muito que a resposta para essa última seja sim.
O ser humano está sempre em mudança, evolução, sofre muita "metamorfose" na vida e na alma. A felicidade nem sempre está presente. E ser perfeito não passa de um sonho, de uma utopia, de uma mera ilusão, e os que se dizem assim, são ignorantes, desconhecem a lei da vida e, principalmente, da sobrevivência. (sinceramente, às vezes da vontade de matar uma pessoa dessas!).
Exemplificando:
O que passa pela cabeça daqueles que estão há quase 6 anos sentados na cadeira do cursinho prestando vestibular, que sempre acham que são os melhores e que sabem de tudo. Não aceitam alguém dizer que erraram nisso ou naquilo. Criticam as dúvidas dos outros, como se existisse algo fácil ou difícil para todos, isso é relativo, posso ter facilidade ou dificuldade em determinadas matérias, eu não sei de tudo, ok?! E se esses soubessem não estariam há tanto tempo se preparando para a prova. Sem contar que todos estudam muito para melhorar e progredir a cada dia, então, diariamente agregamos conhecimento e nunca somos os mesmos. E se não passou na prova de primeira era por que não estava pronto, não tinha o conhecimento necessário, ou seja, não sabia de tudo e muito menos era o maioral.
E aí, cadê a humildade? Cadê o respeito?
O mundo nunca precisou tanto de pessoas humildes, que reconheçam que ainda têm muito a aprender e a fazer pelo mundo. Pessoas dignas, que saibam se comportar em sociedade, que saibam como tratar as pessoas. Pessoas simples, ou melhor, simplesmente humanas.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Você Aprende - William Shakespeare


"Depois de algum tempo você aprende a diferença...
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas  simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."

Depois que você aprende o mundo é melhor aproveitado!

Obs. 1: 
Como não parar para refletir os dizeres de um texto tão belo e digno de ser surpreendentemente difundido como esse?
Alguns podem até acreditar que esse seja mais um daqueles textos que diariamente as pessoas nos bombardeiam, com lições de moral, com dicas práticas de como ser feliz em 5 minutos ou como conquistar alguém em 1 dia e  etc.  Mas eu não estou desse lado. Eu acredito que esse texto tem algo a nos acrescentar, é revelador, instigante...ele trata da realidade, faz uma análise da vida difícil de se perceber. E mais do que nunca a experiência de vida conta muito nessa análise.
Tempo, o "grande deus". Tudo gira em torno do tempo. Ele não é capaz de tudo, mas é capaz de promover grandes mudanças, e a paciência nesse caso, é mais do que nunca, uma virtude. Além dos olhos com que você está se permitindo enxergar o mundo a sua volta.
Na verdade, pode até ser um texto de auto-ajuda , entretanto, não é daqueles cansativos, que dizem, dizem, dizem e dizem, mas no fim dizem nada, ou terminam sempre na mesma, que seguem aquela linha de dicas de como fazer tudo em um curto tempo e ser feliz pelo resto da vida, como se tudo fosse fácil e fosse transcorrer como nos seus mais "iluminados" sonhos. Impossível!
Impossível também não gostar de Shakespeare.
Para você que curte: Delicie-se com Shakespeare.

Obs.2:
Para quem preferir, têm declamações em videos no you tube.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A realidade é que...

Chorar não vai resolver todos os problemas, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar nem sempre é egoísmo e o que não mata pode fortalecer.

Às vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer, mas a vida sempre continua. 

Para qualquer escolha se segue alguma conseqüência. 

Cuidado com as vontades efêmeras, geralmente não valem a pena.

Quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. 

Perdoar é nobre, esquecer é quase impossivel. Nem todo mundo é tão legal assim, e, no fundo, ninguém é normal.

Quem te merece não te faz chorar ou sofrer demasiadamente. Quem gosta, com certeza, cuida, e, ainda por cima, com muito amor, carinho e compreensão.

O que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente.

Não é preciso perder pra aprender a dar valor.

Os verdadeiros amigos ainda se contam nos dedos.

Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar para o resto da vida e o que nunca deveria ter feito (ou fazer) parte dela.

Não tem como esconder a verdade, como também não tem como enterrar o passado.

O tempo pode até ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Coisas da vida

Sim, sempre temos alternativas. Na vida nada é para ser de um único jeito. Temos a chance e o poder de escolhermos caminhos diferentes, que podem ou não ter o mesmo fim. Somos donos do nosso nariz, somos cientes das nossas escolhas e das consequências. No entanto, do futuro ninguém sabe (se acreditar como eu: "O futuro a Deus pertence!).

Quem dera voltar à infância e ficar "de cabeça fria", continuar desligada do mundo e do que realmente ocorre nele, preocupada apenas com meus desenhos (nem um pouco artísticos, diga-se de passagem), meus programas de tv favoritos (e ter tempo pra assistí-los sem pensar nas coisas que provavelmente estou deixando de fazer), preocupada com aquela simples continha de soma ou subtração ou a que horas meus pais estarão em casa para podermos brincar e eu reclamar da implicância do irmão mais velho.

Mas como seria poder voltar no tempo? Será que algo seria modificado? Se tivesse essa chance, como iria aproveitá-la? Essas são perguntas sem respostas, daquelas que "só vivendo para saber". Imagino que nada mudaria, talves aproveitasse mais os momentos de paz, sem obrigações a esperar, ou daria uma boa resposta àquela menininha da sala super patricinha que acreditava mandar em todos e ser a ultima bolacha do pacote. Ou então deixaria a imaginação acontecer, faria tudo diferente e experimentaria outras formas de "viver a vida", com certeza teria um gostinho especial essa volta ao tempo. Conversar com aquele colega de classe que nunca tive coragem. Aproveitar mais aquelas brincadeiras que eu dizia: "isso não é certo,  essa brincadeira não é pra mim, não, brincar disso é feio." Hoje vejo que nada no que diz respeito ao mundo infantil é feio, tudo depende do modo como vê e como faz, da importância que se dá a cada detalhe e da mente de cada um. Não se pode enxergar o mundo infantil com olhos de adultos.

É, mas acontece que viagem no tempo não existe. Ainda não posso voltar ao passado com expectativas de mudar o futuro, de fazer tudo diferente, de dar moral aos conselhos da mãe, da vó, do vô, do pai e daquele melhor amigo, de aproveitar mais os momentos com aquele namorado ou ter estudado mais para aquela matéria. Não, nada disso é possível. Portanto, só me resta viver o presente. Vive-lo com todas as suas peripécias, surpresas, aventuras, dificuldades, obstáculos, sorte ou azar, belezas, feiuras, etc. Enveredar por caminhos escolhidos por mim mesma e enfrentá-los, por mais difícil que possa parecer devo sempre sugar lá do fundo toda a força possível para vencer, superar. Há sempre uma alternativa.

Posso ser apática, alienada e deixar que a vida vá passando, sem nem mesmo perceber o que ocorre a minha volta. Mas também posso ser ativa, participante de tudo o que me cerca com dignidade, força de vontade e determinação. Dois caminhos, duas vidas, tudo diferente, mas que no fim dá na morte (não é questão de pessimismo é apenas a afirmação da única certeza que temos na vida, a de que um dia iremos morrer). E para esse fim, não temos alternativas.

A ciência (ou ficção científica) já tentou, e ainda tenta, encontrar vários caminhos para burlar essa lei da vida, porém, por enquanto, tudo foi em vão. Talves possa me congelar, viajar ao espaço e aproveitar da dilatação do tempo, tomar remédios rejuvenescedores, fazer plásticas transformadoras, enfim, ir à procura de um caminho que não me deixe velha, ou pelo menos retarde essa realidade. Estaria, assim, fugindo da realidade, indo contra a vontade na natureza. Seria um possível caminho, não? Como também poderia deixar que tudo ocorresse normalmente e apenas viver minha vida tranquilamente, já que o fim é conhecido.

Difícil. Difícil decidir qual estrada seguir, aonde contornar, aonde fazer a curva certinha, quando parar, quando descansar, quando desistir, até quando perseguir. Fazer escolhas, eis a maior dificuldade da maioria das pessoas, inclusive a minha. Como diz a frase: "indeciso eu? acho que não!". O problema em tomar decisões, atitudes, está nas várias opções de escolha.

Por onde ir? Ao lado de quem seguir? Quando é chegada a hora de parar? Quando se chega ao fim? O que ganharei persistindo? E desistindo? Enfim, posso me fazer inúmeras perguntas e chegar a conclusão alguma, como também posso fazer as mesmas perguntas e resolver todos os problemas e definir tudo o que até então era indefinido. Posso fazer as escolhas dos melhores caminhos, ou dos piores (isso também depende do ponto de vista).

No fim, e enfim, pra tudo na vida, há sempre uma alternativa.

domingo, 3 de outubro de 2010

Resolvendo o problema

Resumidamente: não sei o que fazer. É um absurdo que tudo aquilo estivesse acontecendo. Justo comigo, sempre alegre, humilde, boa. Ah, claro, só podia ser isso, era boa demais, exageradamente boa. E ele? Ele é um malandro, não merece o meu afeto. Ou a culpa não é dele? Talves. Não, não é. Ele é tão fofo, gentil, bonito, a culpa não pode ser dele, não mesmo...
- Mãe, to saindo. Não sei aonde vou, muito menos a que horas volto!
Mentira. Não disse isso, falta coragem. Levaria uma bronca, ficaria de castigo e voltaria a esse mesmo estado em que me encontro.
Fugir, isso. É, isso mesmo, fugir.
- Alô! Pode falar?
- O que é que você quer agora.
- Fico impressionada com sua educação as vezes.
- É algo interessante?
- Eu já sei.
- Sabe o quê?
- A solução do problema.
- Qual deles? Você sempre encontra tantos.
- Você ainda tem coragem de perguntar qual?
- Ainda não me tornei um "adivinho", quem sabe no futuro.
- Nem as crianças agem assim, sabia?
- Não. Não tenho muito contato com elas.
- Mas e ai, vai me ouvir ou não?
- Uai, não estamos conversando? Eu não estou te ouvindo?
- Mas não está me tratando bem.
- E como você quer que eu te trate depois de hoje a tarde?
- Como uma pessoa, de carne, osso e coração, pode ser?
- Continua!
- Não precisa mais. É melhor eu ficar calada mesmo.
- Ah, agora fala, já começou.
- Eu não, você não quer me ouvir. Fica desdenhando, sendo egoísta.
- Vai começar tudo outra vez então?
- Não precisa. Se é o que você quer, já vou desligar!
- Hora alguma te pedi que desligasse.
- Indiretamente sim, confessa, eu sei, pode confessar. Não tem coragem, né?!
- É, pelo visto acabamos por aqui mesmo.
- Acabamos o quê?!! Sabia! Era isso então. Você é um mentiroso, cafajeste e...
- Hey! Calma ai. O que foi que eu disse?! Só disse que é melhor terminar essa conversa, mais nada.
- Mais nada pra você só, porque pra mim ainda tem muita coisa pendente.
- Tá vendo. Se continuarmos iremos brigar e só vai piorar a situação.
- Eu não disse que encontrei a solução?
- Mas até agora não falou.
- É cansei. Tchau!
- Ah, desisto. Desisto mesmo, entende?!!
- Definitivamente, amanhã a gente se fala.
- E eu nem sei o que vai ser do amanhã. Mas, tudo bem, melhor assim mesmo.
- Queria ajudar, mas você se recusa.
- Que tal desligarmos? Cansei desse joguinho. Além do mais, hoje foi um dia muito cansativo, você entende.
- Bom, você quem sabe. Já que é assim. Beijinho.
- Idem. Tchau!
Sempre acontece isso. Tem como não ficar enraivecida? E muito, exageradamente, absurdamente enraivecida?! Ele nunca me ouve e, ainda por cima, foi totalmente indiferente comigo. É, o problema é dele. Eu encontrei a solução, ele que não quis me ouvir, nem saber...será que eu ligo de novo? Ou ele já está dormindo? Melhor não acordá-lo. Ah, mas eu preciso falar com ele. Ele precisa de mim, da minha ajuda e eu, eu preciso muito dele, daquele abraço acalentador e caloroso, daquele beijo apaixonante, saboroso...ah! aquele beijo...impossível de se definir. Sim, eu necessito dele ao meu lado. Vou ligar.
- Quem é?
- Eu, lógico. Já estava dormindo?
- O que acha?
- Ah, desculpa. Não aguentaria até amanhã.
- E o que você quer dessa vez?
- Falar com você, não posso?
- Está tarde, por que não vai dormir?
- Então é assim, prefere dormir 2 horas mais cedo que o normal pra não falar com sua namorada?
- Namorada? Desde quando estamos namorando?
- Hã? Tem certeza do que está dizendo?
- Eu estou lúcido, mas pelo jeito você não, né?!
- Depois de tudo o que passamos e estamos passando, depois de 3 meses você ainda diz que não é namoro?
- Por favor, vamos dormir, amanhã a gente resolve esse problema.
- Não consigo dormir brigada com você, já sabe disso...
- Não estamos "brigados", só vamos deixar pra conversar melhor amanhã. Qual o problema nisso? Tá vendo, você está sempre "arrumando" problemas pra gente. Assim não dá.
- Olhá só, de novo falando que não dá...então...você quer terminar mesmo, tem certeza?
- Não amor, não é isso. Vamos dormir, vamos?
- Não consigo. Você não quer continuar comigo...
- Claro que quero, mas amanhã a gente resolve isso, pelo amor de Deus!
- Tá bom, tá bom. Mas tá tudo bem mesmo entre nós, né?!
- Sim, claro que sim. Só temos que resolver aquele problema.
- Ah, pensando bem, é melhor deixar pra amanhã mesmo...
- Que bom que dessa vez você concorda comigo.
- Ok. Amanhã a gente se fala e resolve.
- Certo. No mesmo local, na mesma hora.
- Aham. Beijos, já estou com saudades
- Beijo, eu também. Dorme bem e sonhe comigo
- Com certeza. Sabe...eu...eu...ah, eu te amo!
- Tchau, até amanhã!
Tu-Tu-Tu-Tu-Tu-Tu-Tu-Tu-Tu
É...o telefone ta mudo!

sábado, 2 de outubro de 2010

Politicamente falando...

É sempre bom saber que ainda existem brasileiros que pensam e têm coragem de dizer algumas verdades abertamente.
Admiro o show "Politicamente Incorreto" do Danilo Gentili, realizado ontem (01/10 - sexta-feira) em Brasília. E disponibilizado na íntegra na TV UOL.
Com humor e simplicidade foi capaz de impressionar, criticar, mostrar a realidade, abrir mentes e, antes de tudo, dizer verdades (que muita gente se recusa a ver, mesmo estando bem debaixo do nariz).
Vale a pena assistir ao vídeo, acho, inclusive, que todos os cidadãos deveriam assistir antes da eleição de amanhã, para ver se sabem realmente o que desejam para o futuro da nossa nação. Afinal, uma ação simples como essa pode gerar muitos danos ou bônus para toda a população.
Qual será a lei que prevalecerá a partir de 1º de janeiro de 2011?
Por enquanto, ninguém sabe. Só espero que não continue tudo na mesmice e podridão como hoje.

http://tvuol.uol.com.br/#view/id=danilo-gentili--politicamente-incorreto-0402983668E0C173C6/mediaId=6788461/date=2010-10-01&&list/type=tags/tags=25173/edFilter=editorial/

Acima está o link para que assistam ao show. Repito, vale a pena!
Bom, agora irei viajar pra exercer um ato de cidadania...não queria, mas vou colocar:
#Marina43 - Futura Presidente do Brasil.
:)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Após o fluxo de consciência...

Deixa Chover
Chimarruts

Deixa chover, deixa
A água lágrima divina vai purificar
Deixa chover, deixa
Semente que cair na terra já pode brotar


Sem demora vou me embora
Mas eu nem sei pra onde eu vou
Vou perder-me no caminho
Que é bem melhor do que onde estou

E na bagagem levo nada
Não levo nenhum cobertor
Levo somente alegria
E muita fé no meu senhor
Sei que vou encontrar
Muita pedra no caminho
Uma flor e dez espinhos,
Mas não posso me curvar
Pois um guerreiro de verdade
É dentro da diversidade
Persevera na humildade,
E mostra todo seu valor


Que está revelado no segredo,
Escondendo seu desejo
De viver e ser feliz
Mas um dia,
Deus vai me abençoar,

Trazendo a sua chuva,
Para o povo abençoar

Deixa chover, deixa
A água lágrima divina vai purificar
Deixa chover, deixa
Semente que cair na terra já pode brotar

Se agora vou me embora
Já não me importo onde estou
Jamais andarei sozinho,
Deus anda comigo aonde vou

Se não encontrar
Nenhuma pedra em meu caminho
Lembro a flor, esqueço o espinho,
E nada vai me abalar,
Pois o caminho da verdade,
Trilha-se com humildade
E pra encontrar a liberdade,
Deve-se exaltar o amor


Que está pra muitos como um segredo,
Para quem anda com medo de
Viver e ser feliz
Mas um dia Deus vai me abençoar,
E o amor chama divina,
Nunca vai se apagar


Deixa chover, deixa
A água lágrima divina vai purificar
Deixa chover, deixa
Semente que cair na terra já pode brotar

Vai brotar... a união
Bate o amor no coração
Vai brotar a compaixão,
Tenha fé meu irmão!


O que dizer depois de uma letra dessas? Absolutamente nada, ela já diz tudo!
O difícil é conseguir acreditar sempre, independente de qualquer outra coisa de que tudo vai dar certo!
Oops! Palavra-chave: otimismo! ^ ^ 

O desespero bate na porta!

Consequência de uma pausa...
Será que eu deveria ficar feliz em ter a chance de acordar todas as manhãs e saber que ganhei mais um dia de presente de Deus? Ou deveria levar em consideração que o dia pode me trazer infelicidades, pode ser repleto de caras feias, chatices, imundices, ódio, raiva, grosserias? Poderia dizer a máxima: "não tenho medo de cara feia!" mas ai, confesso, seria uma grande mentira.
Quem nunca se viu diante de alguém te maltratando e apenas abaixou a cabeça, ouviu tudo, pensou em mil e uma saídas, mas, e a coragem? Aaah, coragem pra quê? É melhor ser submisso, ouvir tudo calado e não aumentar os problemas, e essa, essa será só mais uma mágoa pro meu coração, só mais um fardo pra carregar, já carrego tantos, mais um não fará diferença. E assim a cara feia se transforma, sofre uma metamorfose e torna-se um terrível pesadelo, o fardo vai pesando, pesando, pesando e eu vou diminuindo.
Definitivamente, não quero ser assim, não quero ser essa pessoa mediocre que tudo ouve, tudo faz sendo levada pelos outros, sem opinião própria, sem discutir, debater e também "dar na cara" do outro. Desde quando alguém tem o direito de me humilhar e eu o direito de ficar quieta?! Isso não existe, não no mundo neo-liberal democrático em que vivemos. Não podemos deixar passar os direitos só porque nossos políticos não seguem esse modelo à risca. Pelo contrário, nós devemos começar a agir e mostrar aos homens públicos que a podridão os domina, que eles ainda têm muito a melhorar (e põe MUITO nisso, rs) e a fazer por nós, que os "escolhemos". / #fluxodeconsciênciaétriste!
Bom, voltando ao assunto inicial...
Ainda quero descobrir como acordar de "bem com a vida", alguém aí me ajuda?
E como continuar feliz no decorrer do dia. Sinceramente, não aguento mais tanta pressão sobre minha pequena área, elas não se compensam! #física Minha cabeça está a mil, e sinto o quanto isso está me prejudicando, por dentro e por fora. As dores da alma aumentaram, os pensamentos vêm e vão, tudo a minha volta deixa marcas, me sinto a cada dia mais frágil, sensível...percebo que estou sendo lapidada e estou sofrendo as consequências desse ato severo!
Os olhos enchem-se de lágrimas, elas começam a escorrer...alguém aí, pra me abraçar, pra demonstrar afeto? Concorrentes, concorrentes não afagam concorrentes! A lei no local onde passo a maior parte da minha vida é simples: "cada um por si", "se vira", "o problema é seu", "somos só colegas e principalmente, concorrentes". O início da aprendizagem de como é a vida "real" começa no cursinho, pode ter certeza. Como também pode ter certeza de que serão os piores momentos da sua adolescência e início da fase adulta. #seráqueestouficandotraumatizada? Deveria existir um ritual antes disso tudo, pra você se libertar de todos os seus sonhos, se libertar da marcação do tempo, se libertar do seu passado, de todas as coisas a que era apegada, se libertar de toda a fraqueza e sensibilidade que fazia parte da sua infância e realmente começar a "viver a vida", do modo com os outros querem e fazem com que isso seja seguido por todos, sem exceção, o que não seguir, é simplesmente eliminado. Provavelmente me sentiria mais forte, mais apta, e a seleção natural me selecionaria como um ser totalmente adaptado. Esse, esse sim, seria um dia feliz. E aí os sonhos poderiam voltar com toda a força, as ilusões poderiam me inundar, poderia voltar a ser apegada a tudo e a todos, pois tudo compensaria se tivesse passado no vestibular.
Como iniciar um dia feliz começando pelo cursinho? Não sei. Só sei que posso facilitar, posso tentar me fazer forte, posso me re-construir a cada dia, e sempre, sempre perseverar, conquistar conhecimento, aprender a coisa mais simples do mundo, aprender a ser feliz diante das coisas mais simples, singelas, pequenas, isso alivia a dor, pelo menos, momentaneamente. A felicidade não vai estar presente em toda a sua vida. Estou aprendendo que sempre terei momentos de recaída, de tristeza e puro sofrimento, mas que na frente haverá algo pra te recompensar, e então, todo o sofrimento será esquecido, e só futuramente poderá ser lembrado, mas quanto a isso, nem faço questão!
O blog está me dando força pra seguir em frente, uma espécie de diário, pra poder desabafar é realmente produtivo, estou vendo que não é perca de tempo, de que precisava ter feito isso antes, demorei. Agora já pode ser tarde, 1 mês pra começar tudo outra vez...maratona de vestibulares e ENEM. E assim, vejo o desespero batendo a minha porta. Tenho 2 escolhas, permitir que ele entre e me domine ou fechar a porta na "cara dele" e barrá-lo, apenas continuando meu trabalho...