segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Coisas da vida

Sim, sempre temos alternativas. Na vida nada é para ser de um único jeito. Temos a chance e o poder de escolhermos caminhos diferentes, que podem ou não ter o mesmo fim. Somos donos do nosso nariz, somos cientes das nossas escolhas e das consequências. No entanto, do futuro ninguém sabe (se acreditar como eu: "O futuro a Deus pertence!).

Quem dera voltar à infância e ficar "de cabeça fria", continuar desligada do mundo e do que realmente ocorre nele, preocupada apenas com meus desenhos (nem um pouco artísticos, diga-se de passagem), meus programas de tv favoritos (e ter tempo pra assistí-los sem pensar nas coisas que provavelmente estou deixando de fazer), preocupada com aquela simples continha de soma ou subtração ou a que horas meus pais estarão em casa para podermos brincar e eu reclamar da implicância do irmão mais velho.

Mas como seria poder voltar no tempo? Será que algo seria modificado? Se tivesse essa chance, como iria aproveitá-la? Essas são perguntas sem respostas, daquelas que "só vivendo para saber". Imagino que nada mudaria, talves aproveitasse mais os momentos de paz, sem obrigações a esperar, ou daria uma boa resposta àquela menininha da sala super patricinha que acreditava mandar em todos e ser a ultima bolacha do pacote. Ou então deixaria a imaginação acontecer, faria tudo diferente e experimentaria outras formas de "viver a vida", com certeza teria um gostinho especial essa volta ao tempo. Conversar com aquele colega de classe que nunca tive coragem. Aproveitar mais aquelas brincadeiras que eu dizia: "isso não é certo,  essa brincadeira não é pra mim, não, brincar disso é feio." Hoje vejo que nada no que diz respeito ao mundo infantil é feio, tudo depende do modo como vê e como faz, da importância que se dá a cada detalhe e da mente de cada um. Não se pode enxergar o mundo infantil com olhos de adultos.

É, mas acontece que viagem no tempo não existe. Ainda não posso voltar ao passado com expectativas de mudar o futuro, de fazer tudo diferente, de dar moral aos conselhos da mãe, da vó, do vô, do pai e daquele melhor amigo, de aproveitar mais os momentos com aquele namorado ou ter estudado mais para aquela matéria. Não, nada disso é possível. Portanto, só me resta viver o presente. Vive-lo com todas as suas peripécias, surpresas, aventuras, dificuldades, obstáculos, sorte ou azar, belezas, feiuras, etc. Enveredar por caminhos escolhidos por mim mesma e enfrentá-los, por mais difícil que possa parecer devo sempre sugar lá do fundo toda a força possível para vencer, superar. Há sempre uma alternativa.

Posso ser apática, alienada e deixar que a vida vá passando, sem nem mesmo perceber o que ocorre a minha volta. Mas também posso ser ativa, participante de tudo o que me cerca com dignidade, força de vontade e determinação. Dois caminhos, duas vidas, tudo diferente, mas que no fim dá na morte (não é questão de pessimismo é apenas a afirmação da única certeza que temos na vida, a de que um dia iremos morrer). E para esse fim, não temos alternativas.

A ciência (ou ficção científica) já tentou, e ainda tenta, encontrar vários caminhos para burlar essa lei da vida, porém, por enquanto, tudo foi em vão. Talves possa me congelar, viajar ao espaço e aproveitar da dilatação do tempo, tomar remédios rejuvenescedores, fazer plásticas transformadoras, enfim, ir à procura de um caminho que não me deixe velha, ou pelo menos retarde essa realidade. Estaria, assim, fugindo da realidade, indo contra a vontade na natureza. Seria um possível caminho, não? Como também poderia deixar que tudo ocorresse normalmente e apenas viver minha vida tranquilamente, já que o fim é conhecido.

Difícil. Difícil decidir qual estrada seguir, aonde contornar, aonde fazer a curva certinha, quando parar, quando descansar, quando desistir, até quando perseguir. Fazer escolhas, eis a maior dificuldade da maioria das pessoas, inclusive a minha. Como diz a frase: "indeciso eu? acho que não!". O problema em tomar decisões, atitudes, está nas várias opções de escolha.

Por onde ir? Ao lado de quem seguir? Quando é chegada a hora de parar? Quando se chega ao fim? O que ganharei persistindo? E desistindo? Enfim, posso me fazer inúmeras perguntas e chegar a conclusão alguma, como também posso fazer as mesmas perguntas e resolver todos os problemas e definir tudo o que até então era indefinido. Posso fazer as escolhas dos melhores caminhos, ou dos piores (isso também depende do ponto de vista).

No fim, e enfim, pra tudo na vida, há sempre uma alternativa.

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