quinta-feira, 12 de julho de 2012

Dica do dia

Consequência de uma pausa...

Férias é sinônimo de ler, escrever, passear, dormir mais que o necessário, viajar, aprender algo novo ou reforçar o que já aprendeu, enfim, férias é padecer na folga e na preguiça! Por que não curtir esse período assistindo filmes? Bom, tenho uma lista enorme aqui, quatro já se foram!

Desses quatro primeiros já vistos, indico dois. Chocantes, talvez espetaculares. Porém, poucos são os que gostam, até mesmo porque, impossível se sentir confortável diante desses filmes...

O primeiro é um drama, muito bem escrito e dirigido. "Confi@r" é uma obra reflexiva, principalmente para quem já tem filhos. Ele mostra a realidade e a dificuldade de se criar filhos, principalmente com as novas tecnologias. Mas não só isso, vai além, faz-no refletir sobre as relações entre pais e filhos, sobre a compreensão de sentimentos. Outro ponto é a questão de saber onde mora o perigo, porque, ao contrário do que imaginamos, ele pode estar ao nosso lado ou onde menos esperamos. E, como suportar e superar uma tragédia? O título eu interpretei de várias formas:
1. Até que ponto podemos confiar em alguém que conhecemos pela internet?
2. Como criar uma relação de confiança entre pais e filhos?
3. Diante de uma tragédia, seria o suficiente confiar no poder público para solucioná-la?
4. Após essa tragédia, como confiar em mais alguém? Para quem contar segredos e compartilhar sua vida?
5. É possível confiar de olhos fechados em quem está "sempre ao nosso lado"? (Essa foi uma das últimas perguntas, irão verificar na última cena do filme, ao final de tudo. Foi também uma das cenas que me deixou mais surpreendida e chocada, diga-se de passagem!)
Ah, não se esqueçam do lencinho para secar as lágrimas!



O segundo está me fazendo ir em busca do livro que serviu de suporte - embora quase sempre me decepcione com filmes baseados em livros, visto que o filme, geralmente, foge muito do livro e até mesmo muda os rumos das histórias e as mensagens. "A pele que habito", dirigido por ninguém mais ninguém menos que Pedro Almodóvar, é motivo para muito debate, já que Almodóvar caiu no conceito da maioria depois do filme "Abraços Partidos". Sendo assim, muitas dúvidas surgiram em consideração a esse suspense, no mínimo, curioso. Em relação a maioria, no geral, digo que poucos gostam por não ser um filme hollywoodiano, porque querendo ou não, estamos mais acostumados com filmes americanos, infelizmente. Alguns não sabem o que estão perdendo com filmes franceses, indianos, espanhóis, e até brasileiros, que ultimamente têm ganhado pontos positivos comigo.
Voltando...Em A Pele que Habito uma estória extraordinária se desenrola aos poucos. Há algum tempo não via, em um único filme, tantos temas para debates e reflexão misturados ao terror e à ciência. Os encaixes se fazem ao longo do filme, e assim vamos decifrando enigmas e compreendendo ações e reações das personagens. São tantas surpresas e imprevisibilidades que ao final nos vemos boquiabertos.
No momento, citarei algumas das reflexões que perambulam em minha mente...
1. Até onde a ciência é bem vinda e até que ponto o homem pode usá-la ao seu bel prazer?
2. Seis anos é muito tempo! Muitas transformações podem acontecer...
3. O que é loucura? Quando devemos considerar alguém louco?
4. Vingança é loucura? Vingança: não é justo mas é correto? E a justiça pelas próprias mãos?
5. Segredos que podem interferir na vida de outrem devem ser revelados?
6. A fidelidade de uma mãe pelo filho deve superar atos inescrupulosos promovidos pelo filho?
Ah, atentem-se para as obras de arte/pinturas/quadros da mansão. E, uma cena que me deixou desconcertada/enojada - depois descobri que não fora só eu -, a do "tigrão com a Vera", vocês saberão identificá-la e o porquê...
Por último, sinceramente, na minha humilde opinião, Elena Anaya superou Antonio Banderas no quesito interpretação. Ambos surpreendem, entretanto, ela mais que ele!
Confiram essa crítica: http://cinemacomrapadura.com.br/criticas/237267/a-pele-que-habito-almodovar-reitera-seu-potencial-de-contar-grandes-historias/



E questões que ambos os filmes geram: relação entre pai e filha e confiança.
1. O quanto um pai é capaz de suportar são/consciente atrocidades com sua filha? Qual a melhor maneira de agir?
2. Como se baseia a confiança de uma filha pelo pai em "estado de loucura"?

Enfim, são muitos detalhes, muitas estórias, muitas reviravoltas, vale a pena assistir a ambos os filmes! Caso não gostem, peço desculpas de antemão, mas gosto, realmente, não se discute! E, férias ou folga, tudo está valendo para suprir o tempo!

2 comentários:

  1. E as minhas férias terminam no dia 20... snif. Bem numa sexta-feira. Rsrs.

    Já faz algum tempo que parti para o circuito "alternativo" de filmes e me surpreendo cada vez mais com os franceses. Gosto muito dos italianos também, e conheço muito pouco do cinema espanhol. O cinema indiano não me agrada, mas é pura questão de gosto.

    Dicas anotadíssimas, Letícia. Com certeza, questões que deixam qualquer um instigado.

    Adorei o novo layout do blog, e principalmente a ausência daquelas letrinhas para justificar o comentário. rsrs. Ótima postagem. Show.

    Abraços, Letícia.

    Marcio

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  2. Maravilha, Letícia! sua indicações vão ao encontro do que aprecio no cinema. Gosto de filmes com baixo índice de previsibilidade e muito desses que inquietam a cabeça, que já não sossega com o trivial. Muito boas indicações e vou dar um jeito de assisti-los. Abraço grande.

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Então, o quê você me diz?