domingo, 27 de janeiro de 2013

Quem sabe?

Consequência de uma pausa...

Sim, eu sei que sou uma desnaturada. Sei que fiz promessas e não as cumpri. Também estou ciente que inutilmente tentei organizar meu tempo a fim de escrever, no mínimo, uma vez a cada semana. Realmente, fracassei mais uma vez e, pior, não cumpri com as minhas palavras. Isso me deixa absurdamente chateada, mas de certa forma tenho o consolo de que o blog, no fundo, sempre foi uma maneira que eu encontrei de expor meus pensamentos para não fundir meu cérebro. Confesso que durante o ano de 2012 quase explodi minha mente com tantos pensamentos, tantas mudanças, tantos acontecimentos, tantas passagens e histórias na minha vida e, mesmo assim, não consegui escrever uma linha sequer. Muitas dessas vezes, nem mesmo tentei, em outras situações sinto que evolui meus métodos de escape e de todas as situações busquei um aprendizado e uma forma de crescer como ser humano.

Depois de tanto tempo impondo outras prioridades à minha vida é bem provável que tenha perdido minha maneira de escrever. O que é interessante, visto que a maneira é inerente a mim, logo, impossível perdê-la. Entretanto, como já foi dito, são muitos acontecimentos, muitas transformações para um ano só.

É engraçado como eu achava que me adaptava facilmente a qualquer situação, como me achava independente e madura para a minha idade. Em 2012 percebi que, realmente, sou bastante madura para minha idade se comparar-me a maioria dos meus colegas, porém, talvez não seja tão independente como esperava que fosse, principalmente se falarmos em independência emocional. Foram muitos momentos de fraquezas emocionais co-relacionados a problemas familiares, e são em momentos como esses que percebemos o quanto a menor distância um do outro pode parecer infinita. Além disso, é necessário acrescentar outro contribuinte às fraquezas emocionais: a adaptação a um novo ambiente, a um novo estilo de vida, a um novo método de estudo. Dei-me conta de que não é fácil simplesmente ir cursar uma faculdade de medicina em uma cidade totalmente desconhecida, na qual nem mesmo um parente você possui.

Então, eis que se passou um ano. Um ano pode ser pouco para muitas realizações e muito para outras, ainda mais em um mundo como o nosso que exige tudo da forma mais rápida possível, em que é tudo "para ontem" - muitas vezes esquecendo-se da qualidade -, entretanto, um ano foi suficiente para que eu amadurecesse mentalmente, para que mudasse minha perspectiva de vida, para que eu pudesse conhecer e re-conhecer outros estilos de vida, pessoas e ambientes, para que eu aprendesse a dar valor ao que deve e desapegar-me do desnecessário. Um ano passa rápido, muito rápido! Um ano voa e você nem se dá conta, quando vê está sentado numa tarde de domingo se perguntando "o que eu fiz desse ano na minha vida?". Pode ser que a resposta não seja o que você gostaria ou o contrário, pode ser que ao invés de responder com uma palavra, você sorria, e tenha certeza, sorrir é a melhor resposta. Sorrir é afirmar que seu ano foi ótimo, que você atingiu o esperado, e se não atingiu tentou, buscou, chegou perto, ou que simplesmente você se surpreendeu da melhor maneira possível com tudo o que ocorreu. Meu ano de 2012 teve mais lágrimas que sorrisos, contudo, muitos momentos de sorrisos valeram mais que muitas lágrimas que rolaram pelas minhas fartas bochechas. E, mesmo assim, apesar de todos os momentos de tristeza, o balanço final foi positivo, pois o que pude aprender em todo esse ano foi incrível, e, afinal, acho que é isso o que importa, de forma que 2013 seja diferente com base nos aprendizados passados, ou, que seja diferente trazendo-me outras fraquezas, outros acontecimentos inesperados que me tragam outros aprendizados. Como podem perceber, tornei-me uma pessoa mais forte também.

No decorrer de 2012 cheguei a pensar, na maioria do tempo, que estivesse perdendo minha essência, meu jeito de ser que construí ao longo de 19 anos. E, só hoje, percebi que não é bem assim - pode ser que tenha algo relacionado à "crise dos 20". A evolução não vem sozinha, ela traz consigo uma bagagem de experiências e fatos que te transformam de dentro para fora, para tanto, é preciso um tempo para se adaptar ao "novo peso", às novidades e, no meu caso, foi necessário um ano inteiro de ajustes até eu poder aprimorar o que carreguei comigo nesses 19 anos. Posso dizer que foi uma evolução brusca e sofrida, um ano foi pouco para tudo o que vivenciei e aprendi. Hoje, agora, nesse exato momento, sinto que minha alma está renovada, aperfeiçoada e que as coisas boas que possuía continuam, algumas ruins também, outras foram dispensadas e muitas chegaram sem nem pedir licença. Isso é ótimo, ninguém é perfeito. Como diz aquele clichê: "imaginem se todos fossem perfeitos?", concordemos que o mundo seria sem graça...

Mudanças positivas são sempre bem vindas, bem como momentos em que devemos parar um pouco algo em nossa vida para podermos subir mais um degrau. Por exemplo, um professor de língua estrangeira sempre deve parar um pouco de lecionar e tornar-se aluno novamente ou fazer uma viagem para que ao final suba um degrau quando retornar às salas de aula. Em sua maioria as transformações não são fáceis, mas são ótimas maneiras de aprendermos ao longo da vida. Uma vida patética, monótona não te traz muitos benefícios, pois é sempre tudo do mesmo jeito, é sempre um hábito, uma rotina. É preciso arriscar-se, buscar alternativas e enfrentar tudo o que chegar até você de mente e coração abertos, recebendo os fatos e transformando-os em ensinamentos sempre presentes. Antes disso, é necessário o reconhecimento do que realmente deve ser mudado, do que deve ser deixado para trás, do que deve se transformar apenas em lembrança, do que deve ser um aprendizado a ser repassado às próximas gerações, enfim, é necessário estar de olhos abertos para perceber todas as oportunidades e áreas de crescimento interior. Não é nada fácil, porém, pode ser a melhor coisa que aconteça em sua vida.

Dessa forma, quem sabe em 2013 eu consiga expor um pouco mais o que vivi em 2012 e estou vivendo no presente, afinal, muitos aprendizados devem ser compartilhados. Sinto que estou em débito e quero quitar o quanto antes. Assim, estou com novos planos para o blog nesse ano que já está no seu vigésimo sétimo dia - Uh lá lá, quase um mês!

P.S.: Pelo visto, textos grandes com vários assuntos misturados ainda são minha marca pessoal...

2 comentários:

  1. Textos grandes? Sem problemas, pois meus comentários também são enormes. Este aqui, por exemplo, penso que precisarei enviar em duas partes. Então, vamos começar.

    Amadurecer. Aprendi, nesses meus 45 anos de existência, que quanto mais amadurecemos mais enxergamos que isso é um caminho sem fim. Jamais seremos suficientemente maduros a ponto de enfrentar todas as mazelas de um jeito sereno. Sem problemas. Vivendo e aprendendo, afinal, somos humanos imperfeitos. Que bom.

    Um ano pode parecer pouco. E é pouco. É tão pouco que sequer se pode viver um amor, por exemplo. Do nada, podemos apaixonar e perder, e esse ano nem se viu passar. Mas ele é muito quando temos algum problema. Ou seja, o que é finito num instante, pode parecer uma eternidade em outro momento. Nesta parte, cabe utilizar o amadurecimento que adquirimos e estocamos pela vida.

    Perder o jeito de escrever. Você anda de bicicleta, Letícia? Se a resposta for sim, sabe que jamais perde o jeito. rsrs.

    Desapego. Tenho pensado muito nesse tal "desapego". E quer saber? Já venho conjecturando se realmente é tão necessário praticar o desapego. Obviamente, não me refiro a bens materiais ou coisas assim, mas a sonhos que nos façam melhorar. Disso eu não me desapego de jeito algum.

    Sorrisos e lágrimas. Pois é. E no balanço do tempo, a lágrima depende do riso e o riso... bom, o riso pode ser acompanhado de lágrimas também. Se não tivermos algum problema pela vida, vez ou outra, ficaremos estagnados, perdendo o jeito de enfrentar problemas. Penso que as lágrimas até sejam necessárias para aprendermos a sorrir com mais força.

    Perdendo a essência. Essa, jamais se perde. Podemos até mudá-la (ou pensar que mudamos), mas, na realidade, o que estamos fazendo é buscar a verdadeira essência. Somos mutáveis e adaptáveis às situações, mas jamais deixamos de ser aquilo que nos fundamentou. O problema é que, muitas vezes, precisamos desaprender algo a que estávamos acostumados para, posteriormente, aprender o que é certo mas sem aqueles vícios lá de trás.

    Bom, minha querida amiga, falei que o comentário seria longo. Me perdoa pela ausência, mas ando em períodos críticos. Tenho tentado superar algumas coisas, mas tá difícil. No entanto, sou teimoso, e isso me leva sempre adiante.

    Estou de casa nova, e caso queira me visitar, será muito bem-vinda:

    http://cronicasdeareia.blogspot.com.br/

    Bjs, mocinha.

    Marcio

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Então, o quê você me diz?