Nesses últimos dias andei pensando no quanto nossas vidas são constituídas por momentos, fragmentados ou não, são eles que formam nossa estória.
Num desses variados momentos - o momento retrospectivo - fiquei olhando álbuns de fotos. Você vê o quanto mudou, as pessoas que já passaram pela sua vida, as que continuaram, as que se perderam no tempo, as lembranças daqueles dias surgem da sua memória repentinamente, ou então você tenta se lembrar, faz um grande esforço e nada acontece, são tantas coisas pelas quais já presenciamos, não é mesmo? O último álbum que eu olhei, foi um álbum com algumas fotos de comemorações, ou simples reuniões de amigos, principalmente do ensino médio. Posso confessar? Eu chorei muito! Pode ser que nesse dia eu estivesse mais sensível, mas a verdade é que dói quando nos lembramos de momentos bons, vividos com pessoas únicas e muito especiais, mas, que de alguma forma, estão separadas de você, mesmo que a distância física seja pequena, ou, simplesmente, por saber que esses momentos não voltarão mais. O fato é que conforme crescemos, amadurecemos e fazemos nossas escolhas de vida, nossas relações interpessoais também vão se modificando, bem como nossa postura. Desse álbum, especificamente, ainda carrego todos os amigos que lá estão, se não dá pra gente se encontrar, nos telefonamos, mandamos e-mails, mas nunca perdemos contato, porque essas, eu tenho certeza (ou não?! rs) que serão amizades que durarão enquanto eu viver.
Outro dia, recebi a notícia de que o casamento do qual fui “florista” (minha “primeira vez”, inclusive) tinha terminado. Então parei para pensar no quanto é importante darmos valor ao presente, ao que estamos vivendo no agora. Também pensei no quanto devemos pensar bastante antes de tomarmos algumas decisões, antes de nos deixar levar pelos impulsos. (Não digo isso generalizando, em relação a casamentos, porque esse do qual fui dama de honra, por exemplo, sei que foi com muito amor e de caso bem pensado). Mais uma vez, a vida é feita de momentos. Esse momento, essa emoção de menininha tímida entrando por um tapete vermelho no centro de uma Igreja com muitas pessoas observando e fotografando, é único e mais um para ser compartilhado, e que enquanto minha memória estiver sadia irá fazer parte das minhas lembranças infantis. E os vários momentos vividos por esse “ex-casal”, que sempre irão fazer parte das lembranças de ambos.
Infância essa que também já passou. Dá até um pouco de medo quando alguém pergunta minha idade e tenho que responder: “18 anos”. Confesso que muitas vezes já me enganei por 5 segundos, hesitei, fiquei pensativa e quase cheguei a ponto de fazer contas, às vezes parece que bloqueios são criados na nossa mente, principalmente quando não se quer aceitar, ou não está compatível com nossas idéias. O tempo vai passando e nem percebemos. Quando penso que já estou no segundo ano de cursinho, que meus planos foram por água abaixo, que eu não sei o que vai ser da minha vida nos próximos meses, que eu não sei se vou conseguir, que eu não sei que caminho vou percorrer, que eu estou crescendo, que meus amigos estão seguindo por caminhos diferentes, que pessoas que eu gosto estão se distanciando aos poucos, que meu irmão já não é mais aquele bebê que eu cuidava, trocava fralda e pegava no colo, posso dizer que dá um grande aperto no coração, uma reviravolta na minha cabeça, uma falsa idéia de tempo, uma vontade de ter feito tudo diferente e, principalmente, uma grande vontade de mudar a noção de tempo! Porém, como eu sei que assim como mudar o mundo, mudar o tempo é mais difícil ainda, deixo isso para o mundo das idéias ficar refletindo tudo isso. Por fim, mais uma vez, a vida é feita de momentos, sejam eles bem aproveitados ou não, é assim que funciona.
Definitivamente, tudo na nossa vida não passa de momentos. Cabe a nós aproveitá-los ou não. Há os momentos de tristeza, de alegria, de solidão, de preguiça, de cansaço, de descanso, de hiperatividade, de ansiedade, de tranqüilidade, de estresse, de preocupações, de despreocupações, de leituras, de sono, de festas, de celebrações, de confraternizações, de reuniões, de bares, de cinemas, de boates, de aniversários, de escola, de faculdade, de grandes realizações, de fracasso, de sorte, de azar, de amor, de simplicidade, de comilança, de morrer de fome, de doença, de ressaca, de músicas, de shows, de saúde, de esportes, de TV, de rádio, de insanidade, de loucura, de pura felicidade, de humor, de mau humor, de indiferença, de discussões, de previsões, de exagero, de ausência, de saudosismo, de incompletude, de completude, de tédio, de revolta, de timidez, de estudo, de liberdade...e quantos mais sua vida lhe apresentar!
Para ilustrar o texto e todos os pensamentos que permeiam esse tema, aí vai uma música - bela música, que diz muita, muita coisa mesmo, e de tocar o coração até mesmo dos mais "fortões" e nada sensíveis, rs:
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