terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Nas ruas...


Incrível a maneira como as pessoas se comportam ou importam com a própria proteção. Ao sair na rua me deparo com vários jovens uniformizados nos sinaleiros e esquinas. Qual o motivo? Simples, lembrar a população que devem se proteger, prevenir acidentes e salvar a si mesmo e a terceiros. Como? Usando cinto de segurança e seguindo as leis do trânsito. Sim, existem jovens dizendo aos outros - considerados adultos, uma vez que já possuem CNH e estão a dirigir mundo afora - na rua o certo a se fazer. Como se eles não soubessem ou se esquecessem de preservar a própria vida e, ainda, não estivessem passado por duas provas até estarem aptos a dirigir.

Achei estranho o fato de ser necessário que alguém nos diga o certo para salvarmos a nós mesmos. Quanto custa usar um cinto de segurança? Respeitar as leis é difícil? Ainda existe amor a vida? E o respeito não deveria prevalecer? E a política da “boa vizinhança” no trânsito, por que não? Acho que nesse caso não se enquadra nem mesmo o individualismo que está a assolar toda a sociedade, pois muitos nem mesmo protegem a própria vida. E ainda afirmo: não preocupar com si é uma coisa, agora não preocupar com os outros que tem nada a ver com você já é outra completamente diferente, ou seja, se você quer morrer, morra sozinho, não leve outros inocentes consigo! rs.

Infelizmente os diversos acidentes envolvendo carros, caminhões, bicicletas, motos e pedestres já fazem parte do nosso cotidiano, são diversos níveis de gravidade, mas, de qualquer forma, são acidentes. O que me preocupa é que a maioria ocorre por desleixo do proprietário, por simples falta de atenção, pela falta de tempo, pela imprudência, pelo “prazer em correr riscos”, pela adrenalina, enfim, por motivos que poderiam facilmente ser evitados.

Ouço pessoas falando que não colocam o cinto para não “amarrotar a roupa acabada de passar”, porque incomoda, porque se sentem mal, porque só vão “ali” que é “bem pertinho e rapidinho”. Essas respostas para mim podem estar na parte das desculpas esfarrapas. Nada justifica o fato de andar num automóvel sem sinto, tanto quem está na frente quanto quem anda atrás. O nome do objeto já nos indica: “cinto de segurança”, para que arriscar? E para piorar a situação, tem aqueles que andam sem o devido objeto de segurança e quando avistam os “jovens uniformizados” indo a sua direção lhes comunicar que o sinto é imprescindível disfarçam e colocam o sinto na maior rapidez antes que ganhe uma bronca de uma pessoa mais nova e “passe vergonha” diante dos outros.

Aqueles que fazem rachas, só andam em alta velocidade, gostam de “aparecer” e sentir adrenalina se arriscam demasiadamente por atos que no fim levam a nada. Apesar de nova, nunca aprovei esse tipo de atitude, bem como nunca entendi o porquê de andar em altíssima velocidade e arriscar a minha vida e de terceiros sem a mínima necessidade. Conheço pessoas que se arriscam dessa forma e sentem prazer em dirigir assim e, eu insisto, em vão, discutir e principalmente “brigar” com esses amigos para que deixem de fazer isso, já cansei de falar, mas...fazer o que né?! Só peço para que não façam isso enquanto eu esteja no carro e que Deus proteja! rsrs Acho que eles esquecem-se de que são novos mas que a morte não se importa com a idade e pode “chegar” a qualquer um. Sem contar que a adrenalina é passageira e o curto prazo em que ocorre no organismo não justifica atos irracionais e imprudentes desse tipo. – Sim, às vezes pareço uma velha chata e rabugenta, e aos olhos de muitos é isso mesmo, mas, sei lá, só acredito que a minha vida não pode ser perdida por um ato tão banal, e que a adrenalina pode ser liberada de diversas outras formas, assim com tem outras formas de menos riscos as quais você pode simplesmente “aparecer” para o mundo.

Quanto à falta de manutenção nos automóveis me recuso a comentar. Se você utiliza o carro, carrega a família e os amigos diariamente, como deixar de verificar se o carro está bom para sair às ruas? Uma simples verificação faz muita diferença!

 É inadmissível que as pessoas desrespeitem as leis, agridam a ordem e causem transtornos no trânsito e na vida da sociedade em geral. É inadmissível que seja necessárias pessoas nas ruas para abordar os “esquecidos” e “lembrar-lhes” que para dirigir precisam saber as normas e, principalmente, fazer uso das mesmas. É inadmissível que mesmo diante dos diversos fatos presenciados ou visualizados através dos noticiários ainda existam pessoas sem “medo”, distribuindo desculpas por aí. É inadmissível que pessoas “aptas” a dirigir não tenham consciência dos riscos que correm e da importância do bom-senso e dos “bons modos” na direção.

Uma das causas de “bagunça no trânsito” que cotidianamente ouvimos inúmeras reclamações é o fato das pessoas não ligarem para a importância de manter a ordem, o respeito, o bom-senso, os bons modos, a educação, a responsabilidade. Outro motivo pode ser as fraudes ao se conseguir uma carteira de habilitação, hoje em dia pagar para passar está mais fácil que conseguir de maneira limpa, antes de iniciar a prova já entregam senhas para que sejam dadas aos avaliadores e dizer que você vai pagar para ser aprovado, sem o menor esforço seu e dos outros que através da corrupção ganharão dinheiro fácil.

Enfim, por que não pensar nas vidas que estão a sua volta e na sua vida? Por que não dar maior importância aos acontecimentos que o cerca? Por que esperar que outras pessoas o alerte do que é certo ou errado? Por que esperar dos outros o que não fazemos nós mesmos? A hipocrisia é um dos erros que cometemos, vemos o que os outros fazem de errado, reclamamos, mas não enxergamos em nós mesmos aqueles erros idênticos do outro! Como seres racionais e conscientes devíamos colocar em ação o que aprendemos nas aulas e com a experiência que a vida nos dá.

Um comentário:

  1. Um grande número de pessoas, grande número mesmo, guarda um transgressor de sí. Limites? Claro que eles existem. Então, por que não transgredí-los? E essas pessoas fazem isso, transgridem. E por que isso?

    Existem dois motivos básicos para essa farra de transgressões. Impunidade e omissão por parte das autoridades. Ninguém fiscaliza, ninguém pune. Face a isso, muitos descumprem as leis.

    Se existisse uma fiscalização rigorosa das leis, nem precisaríamos de auto escolas. Aliás, essas instituições que "ensinam" as pessoas a dirigir, não passam de uma perfeita máfia.

    E caso você se interesse em pesquisar outras áreas, verá que a impunidade é gestora de muitos males que acometem nosso país.

    As leis são perfeitas, dignas de qualquer sistema político mundo afora. No entanto, as pessoas que deveriam exercê-la, não o fazem.

    Já sofri um acidente, e estava sem cinto de segurança. De lá para cá, nunca mais dirigi sem esse acessório de segurança. Foi preciso apanha para aprender.

    Ótima crônica, Letícia. Um belo puxão de orelhas.

    Abraços.

    Marcio.

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